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Política

Bernal põe professora com câncer para trabalhar e revolta ex-aliado na Câmara

Bruno Chaves e Kleber Clajus | 11/02/2014 13:10
João Rocha se revoltou com a remoção da esposa de programa executado há 30 anos (Foto: Arquivo)
João Rocha se revoltou com a remoção da esposa de programa executado há 30 anos (Foto: Arquivo)

O vereador João Rocha (PSDB), que ex-aliado, utilizou a palavra na Câmara Municipal, nesta terça-feira (11), para acusar o prefeito Alcides Bernal (PP) de perseguição política. Ele afirmou que a professora Rosemary da Costa Rocha, sua esposa, recebeu uma “intimação” da Semed (Secretaria Municipal de Educação) para abandonar um projeto de ginástica artística e retornar, de forma imediata, para as salas de aulas. O detalhe é que ela passa por tratamento de saúde em decorrência de câncer.

Segundo o parlamentar, o departamento de recursos humanos da Semed ligou para sua esposa, que é professora de educação física concursada, por volta das 18h30. No telefonema foi informado que ela deveria deixar o projeto de ginástica artística que coordena há mais 30 anos para retornar a sala de aula. O fator que mais revoltou, no entanto, diz respeito ao fato de Rosemay estar em tratamento médico, após um câncer superado na mama há cerca de cinco anos e que retornou no pulmão e ossos. Ela está fazendo quimioterapia.

João Rocha classificou a atitude atribuída a Bernal de “retaliação”. Ele questionou o porquê disso ter acontecido com ela, que é esposa de um vereador da oposição. O parlamentar ainda afirmou que o mesmo tipo de perseguição ocorreu com seu irmão, que também é funcionário da Prefeitura de Campo Grande e atuava em um projeto do Jardim Futurista.

“É estranho o prefeito agir dessa forma. Todos foram dispensados do projeto. O castigo é ser esposa do vereador João Rocha, mas também me preocupa os profissionais que não estamos vendo e que são tratados da mesma maneira. Eles são castigados porque são competentes. Na minha família não temos fantasmas e o prefeito está devolvendo a gentileza que fiz por ele todo esse tempo”, afirmou Rocha.

A revelação do remanejamento da educadora física gerou uma série de críticas ao prefeito. O vereador Flávio César (PT do B) analisou a atitude de Bernal como um “ato de tamanha crueldade”. “Isso tem se tornado uma constante com os servidores públicos”. A vereadora Carla Stephanini (PMDB) comentou o caso dizendo que governar exige equilíbrio, sabedoria e virtude cívica “que faltam a este senhor que foi eleito”. “E as outras Roses?”, questionou.

Airton Saraiva (DEM) disse que mais uma vez o prefeito mostra “perseguição impiedosa” e relembrou o caso da mãe de um de seus assessores de gabinete que foi demitida de cargo comissionado no Executivo. “A secretaria disse que resolveria a falha, mas até agora...”. Já Luiza Ribeiro (PPS), da base aliada, pediu a correção do equívoco.

Mario Cesar (PMDB), presidente da Câmara, afirmou que o caso de Rosemary não é isolado, “especialmente dentro da Semed”. Da mesa diretora, ele leu uma mensagem de uma professora que foi transferida da escola em que trabalhava para uma mais distante. O motivo seria um comentário em uma matéria do Campo Grande News.

Na nota encaminhada ao presidente da Câmara, a professora diz que o próprio secretário de Educação, José Chadid, disse que era inadmissível que uma funcionária pública se posicionasse daquela forma. Finalizando, Airton Saraiva voltou a falar e sugeriu que seja criado um disque denuncia para que possíveis casos de perseguição a funcionários públicos sejam investigadas.

Já Marcos Alex (PT) justificou que “Bernal não estava sabendo absolutamente nada” sobre o caso e que este foi tratado, com a presença de Luiza Ribeiro, na Prefeitura pela manhã. “Vamos tentar corrigir e ver com a Leila Machado da Funesp (Fundação Municipal de Esporte) o porquê disso”, pontua Alex.

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