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Política

Líder de travestis garante que parada de sexta não será contra evangélicos

Zemil Rocha | 10/07/2013 14:50
Cris disse que o protesto é contra o "fundamentalismo religioso" (Foto: Arquivo)
Cris disse que o protesto é contra o "fundamentalismo religioso" (Foto: Arquivo)

A presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Cris Stefanny, garante que a passeata programada para acontecer na sexta-feira (12), do movimento denominado de “1ª Parada da Cidadania: Pela Dignidade Humana, em favor da Laicidade do Estado e da Diversidade”, não é nenhuma cruzada contra evangélicos. “Não é e nunca foi nosso intuito, fazer manifestações contra os determinados seguimentos da sociedade, e nem mesmo, contra a liberdade de crença religiosa das pessoas e/ou de significativa parcela da sociedade”, garantiu Cris.

O manifesto, organizado por diversas instituições da sociedade civil e estudantes de universidades, segundo Cris Stefanny, não é contra religião ou religiosos evangélicos, mas sim, contra toda forma de opressão e “fundamentalismos religiosos”, em favor da liberdade de expressão inclusive religiosa, de modo que seja respeitado a laicidade (País que contempla o direito múltiplas liberdades religiosas, inclusive de não querer ter uma religião) do estado Brasileiro.

Mas no protesto de sexta, as entidades admitem que pretendem pedir “fora” para deputado federal Marcos Feliciano da CDHM, vereador Elizeu Dionizio da CDH da Câmara Municipal e o secretário Herculano Borges (Juventude), além do fim de cultos religiosos na Câmara e do que chamam de “perseguições fundamentalistas” do promotor de Justiça Sergio Harfouche. Todos são evangélicos.

Cris Steffani justifica esse teor de “fora” para esses políticos como decorrência das “posições fundamentalistas” que estariam adotando publicamente ou no desempenho de suas funções. Segundo a dirigente, o “Fora Elizeu Dionízio”, por exemplo, é devido às suas posições “arcaicas” e que ferem, em sua opinião, o Estado Democrático de Direitos e a laicidade estatal. “Somos contra, por exemplo a realização de cultos religiosos na câmara de vereadores, pois se assim for, também queremos cultos de religiões de matrizes africanas, judaicas e muçulmanas, alem de festas LGBTs, funks e outras”, argumentou. “Nossa luta é contra o fundamentalismo religioso de qualquer denominação religiosa e não contra os cristãos”, acrescentou.

Embora considere ser democrático e legitimo que os evangélicos eleitos pelo povo exerçam seus cargos políticos, Cris repudia “a forma antidemocrática e fundamentalista como alguns deles vem agindo nos parlamentos e nos executivos, onde não tem respeitado às demais parcelas da sociedade e tem colocado suas religiões à frente do cargo público que ocupam”. E continua: “Nunca fui e nem sou contra os religiosos, mas sim contra o posicionamento fundamentalista de líderes religiosos que usam a Deus e a religião para se perpetuarem no poder e com isto confundem liberdade de expressão com liberdade de opressão de forma que possamos amanhã acordar em uma guerra santa e uma nova inquisição”.

Para demonstrar que teve boa fé, Cris Stefanny conta que há cerca de uns três meses entrou em contato com o vereador Elizeu Dionizio (PSL) por sua página no Facebook e pediu uma audiência. “Me foi solicitado o número de meu celular, eu passei, mas até o momento não recebi retorno”, reclama a ativista. Elizeu Dionízio, porém, garante que já colocou o seu gabinete à disposição de Cris e nunca foi procurado por ela depois disso.

Para o vereador Elizeu Dionízio, a passeata que está sendo organizada por Cris Steffanni e outros militantes de movimentos sociais é fruto de represália contra sua atuação oposicionista contra o prefeito Alcides Bernal (PP). “A Cris é filiada ao PPS, que integra a administração do prefeito Alcides Bernal”, argumentou ele.

Cris, por sua vez, nega que tenha qualquer tipo de relacionamento político com Bernal. “Qualquer menção de ligação da minha pessoa com o atual prefeito de Campo Grande, o senhor Alcides Jesus Peralta Bernal, é leviana, mentirosa, caluniosa e tem rechaço barato, mesquinho e com intuito de desqualificar minha pessoa que sempre fui pautada pela luta dos direitos humanos e liberdade de expressão, sem que tenha nunca me vendido a partidos políticos e/ou os desmandes de qualquer governante, diferente do que ouvimos destes mesmos políticos que ousam me acusar levianamente”, disse a presidente da Antra.

 

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