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Política

MP investiga vazamento de gravações telefônicas feitas pelo Gaeco

Zemil Rocha | 27/02/2013 15:19
Intenção era prejudicar a candidata a vice Luisa de Lima (Foto: Arquivo)
Intenção era prejudicar a candidata a vice Luisa de Lima (Foto: Arquivo)

A eleição para prefeito de Bonito virou caso de polícia, depois da divulgação um vídeo postado no “youtube”, que reproduz conversas de Luisa Aparecida Cavalheiro de Lima (PR), candidata a vice-prefeito na chapa encabeçada por Leonel Lemos de Souza, o Leleco (PTdoB). O Ministério Público de Mato Grosso do Sul está tomando as medidas cabíveis para apurar quem foi o responsável pelo vazamento de um áudio gravado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), utilizado ilegalmente na montagem do vídeo.

Há indícios de que o vazamento do áudio foi realizado pelo vereador Amir Peres Trindade, mais conhecido como João Ligeiro (PDT), que é réu em uma representação eleitoral por captação ilícita de sufrágio, que teve origem a partir de uma operação deflagrada pelo Gaeco em outubro de 2012. Ligeiro teria agido para prejudicar a candidata a vice-prefeita Luisa de Lima e favorecer o adversário dela, Odilson de Arruda Soares (PSDB). Esse vereador, por ser parte do processo, tem direito a acessar os autos da representação e, segundo as investigações conduzida pelo promotor de justiça Thalys Franklyn de Souza, teria copiado os arquivos de áudio, que se encontram gravados em mídias juntadas aos autos, disponibilizado-as de forma indevida. É ilegal a divulgação de gravações de conversas telefônicas interceptadas com autorização judicial, cujo conteúdo é sigiloso.

Ao ser indagada se João Ligeiro, cujo partido está coligado com o PSDB, do candidato Odilson de Arruda Soares, teria sido o autor do vazamento das gravações, a delegada de Bonito, Maira Machado, afirmou que ainda não é possível dar uma resposta definitiva. “Não posso dizer que é certeza isso, mas pode ter sido ele sim”, admitiu ela. A violação desse sigilo caracteriza o crime previsto no artigo 10, da Lei n. 9.296/96, sujeito a pena de reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Questionada se pretende ouvir hoje o vereador João Ligeiro, a delegada Maira Machado informou que esse interrogatório policial deve acontecer, mas só depois que houver resultado da perícia feita em um computador. “Mandamos HD de um computador suspeito para a perícia e estamos aguardando agora numero do IP de onde partiu a gravação”, explicou.

Ontem, a juíza da 30ª Zona Eleitoral de Bonito, Adriana Lambert, determinou a suspensão da divulgação da gravação telefônica de supostas conversas de Luisa, acatando pedido promotor Thalys Franklyn de Souza. As gravações telefônicas, divulgadas via “Youtube, Luisa aparece conversando com aliados e estaria agredindo verbalmente eleitores do bairro Marambaia, um dos mais populosos da cidade.

Procurado pelo Campo Grande News, João Ligeiro não deu retorno às ligações.

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