Na internet, mil apoiaram protesto contra Renan; na rua, apenas 100
Mesmo com o expressivo número de 1 mil curtidas no Facebook, o protesto contra a eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) como presidente do Senado não levou tantas pessoas assim para a rua nesta manhã de domingo (24) em Campo Grande. Aproximadamente 100 pessoas foram ao local.
A manifestação, uma forma de divulgar a petição pública que colhe assinaturas pela saída de Renan do cargo, foi feita na avenida Afonso Pena, esquina com a rua 13 de Maio.
Além de Campo Grande, a manifestação engloba outras 37 cidades brasileiras, inclusive cidades de fora do país,como a Lisboa (POR), Paris (FRA) e Dublin (IRL). De acordo com um dos organizadores local, Bruno Ribeiro do Prado, de 18 anos, o objetivo é cassar o mandato de Renan Calheiros, ou fazer com que ele renuncie.
Um das presentes, a acadêmica de Ciências Contábeis, Jéssica Ermel, de 22 anos, ficou insatisfeita com o baixo comparecimento. “Isso que deixa a gente indignada. É muito fácil a gente clicar no facebook, mas quando precisa ir pra rua, não vai”, reclama.
Ela também explica que criou o evento no círculo de amizades da rede social, e 30 confirmaram presença curtindo o evento, mas nem 10 deles foram ao local.
Já o organizador, Bruno Ribeiro, é mais otimista, mas também lamenta o público abaixo do confirmado. “A gente esperava mais, mas sabemos que no facebook é assim, as pessoas curtem, mas não vão para as ruas”, comenta.
Bruno conta que a manifestação tem apoio do Movimento Voluntário, que ganhou destaque ao protestar recentemente na Capital contra o aumento salarial e outros atos dos vereadores. Ao todo, já foram colhidas 1,6 milhões de assinaturas pelo Brasil, número, segundo Bruno, inferior apenas ao movimento “Veta, Dilma”, relacionado ao Código Florestal.
Entre faixas e cartazes pedindo a saída de Renan Calheiros do Senado, uma delas dizendo que “a maioria não é silenciosa. O governo que é surdo”, e gritos de protesto acompanhados de um trio elétrico, estava a dona Maria Aparecida, de 70 anos.
Também otimista com o movimento, ela, usando pintura verde e amarela no rosto, diz que acompanhou o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo, e atualmente senador também por Alagoas, e acredita que os jovens podem novamente mudar algo.
“Os jovens se uniram contra o Collor e agora é a vez dos jovens de hoje. Impossível que as pessoas não se lembrem e elejam o Renan de novo. Acredito na mudança, na força dos jovens. O povo precisa ser sacudido”, argumenta Maria Aparecida.
Outra que crê no poder de mudança da juventude é Aline Arruda, estudante de Direito de 21 anos. “No impeachment de Collor os jovens fizeram a diferença. E agora com o Renan no Senado, a gente não vai fazer nada?”, indaga da jovem, que também afirma esperar maior adesão popular, e reclama que na hora de se manifestar, ninguém faz nada.
Também estudando Direito, Victor Hugo Pereira Salgado, de 21 anos, fala que o objetivo é conseguir que o movimento surta efeito, e mesmo se não de imediato, não continuar “fazendo barulho” até conseguir.
