Partidos vão custar R$ 418 milhões em 2011
O financiamento público dos partidos políticos custará aos brasileiros R$ 418 milhões no próximo ano. O gasto inclui aparições em TV, inserções em rádio e despesas com viagens, aluguel de imóveis e pagamento de funcionários.
Líderes de 25 agremiações vão ocupar redes nacionais nas noites de 48 quintas-feiras do ano que vem para fazer propaganda de seus próprios feitos.
Metade dessas legendas terá ainda direito a mais 40 aparições de 30 segundos em todas as emissoras do País.
Essas exibições custarão zero para os políticos e R$ 217 milhões para o conjunto dos contribuintes brasileiros.
Outros R$ 201 milhões em recursos públicos serão destinados para custear a estrutura desses partidos, totalizando os R$ 418 milhões previstos para 2011.
O valor é equivalente ao que o programa Bolsa-Família gasta, em média, para atender durante um ano a 430 mil famílias, ou mais de 1,6 milhão de pessoas, segundo apurou o “Estadão”.
E esse custo vai se multiplicar caso o futuro Congresso aprove, na discussão da reforma política, o financiamento público das campanhas eleitorais - uma bandeira do PT que encontra simpatizantes tanto entre governistas quanto na oposição.
Atualmente, o custo total dos partidos não se mede apenas pelo que sai dos cofres públicos, mas também pelo que deixa de entrar.
As emissoras de rádio e televisão, como compensação pelo tempo destinado à propaganda das legendas, têm um desconto em parte de seus impostos ao governo federal.
Essa renúncia fiscal - que é maior em anos eleitorais - chegará a R$ 217 milhões em 2011, segundo o projeto do Orçamento Geral da União encaminhado ao Congresso.
Representatividade
Os partidos grandes, como PT e PMDB, são mais "caros" para os contribuintes, mas não há relação exata entre a representatividade eleitoral das legendas e seu custo.
O PT, por exemplo, teve 2.446 vezes mais votos que o PCO na eleição para a Câmara em 2010, mas seu custo anual - somando-se Fundo Partidário e propaganda obrigatória - será apenas 16 vezes superior ao da microlegenda no ano que vem.
Em Mato Grosso do Sul, a exemplo do que acontece em nível nacional, as legendas maiores conseguiram fazer a maioria dos representantes.
Na Câmara, dos oito eleitos pelo Estado, dois são do PT e três do PMDB. Um é tucano, outro é republicano e um parlamentar foi eleito pelo Democratas, uma das siglas que mais encolheu em nível nacional.
Na Assembleia Legislativa, o quadro não é muito diferente. Dos 24 eleitos, seis são do PMDB, quatro do PT e três do PSDB. Juntos, as três maiores siglas reúnem mais da metade dos deputados.