Prefeito cogita três endereços para Câmara e vereadores rejeitam todos
O prefeito Alcides Bernal (PP) afirmou, mais uma vez, na manhã de hoje, que cogita três endereços para abrigar a Câmara Municipal de Vereadores em Campo Grande. Segundo Bernal, a intenção é transferir os parlamentares para a antiga rodoviária, para o Paço Municipal, onde já funcionou a Casa de Leis, ou para o prédio onde funcionava a Escola Cnec (Escola Cenecista de Educação Pré-escolar e Ensino Fundamental) Oliva Enciso, na avenida Afonso Pena.
A proposta não agradou a maioria dos vereadores que, durante a sessão da Câmara, nesta terça-feira, alegou que a melhor opção, por enquanto, é permanecer no prédio atual até que uma nova sede esteja pronta. O prefeito deve ir a Câmara, na tarde de hoje, para discutir o assunto com o presidente da Casa, o vereador Mario Cesar (PMDB).
A maioria dos parlamentares defende a permanência no prédio atual e propõe alternativas para pagar a desapropriação do imóvel e negociar a dívida dos aluguéis. O débito já ultrapassa R$11 milhões.
O vereador José Orcírio, o Zeca do PT, chegou a pedir ao prefeito que mantenha os parlamentares no prédio. Zeca disse que na última sexta-feira fez a solicitação pessoalmente. “Não tem sentido sair daqui para ir a um espaço que não está preparado para recebê-los”, explicou.
Contrariado com o objetivo da visita, o vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o professor Carlão, retrucou dizendo que: “se o intuito do prefeito é esse, nem precisa vir. Porque ele está vindo para impor”.
Carlão disse ainda que existem meios que facilitam a permanência dos parlamentares no local. “Nós temos meios que tornam a nossa permanência aqui mais fácil. Sem calote, com menos gastos e que permite que fiquemos até que ele construa a sede nova”.
Para ele,o prefeito não tem nenhum dos locais preparados para receber a Câmara. “Isso é só conversa. Vamos provar com documentos que aqui é o melhor lugar para ficar”.
O vereador sugeriu ainda firmar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o TCE (Tribunal de Contas do Estado), com MPE (Ministério Público Estadual), com o Executivo e com o legislativo municipal para pagar a desapropriação e os alugueis atrasados, o que resultaria na permanência dos legisladores.
“Ficaríamos regulares aqui. Só falta uma assinatura do prefeito”, disse, se referindo sobre a proposta já feita pelo vereador Mario Cesar.
Preocupado com a situação, o vereador Otávio Trad (PT do B) lembra que três ofícios já foram enviados ao prefeito pela comissão de vereadores que tratam do impasse. Porém, em nenhum dos casos houve resposta.
Otávio diz que desde o início acompanha o imbróglio. “Estamos preocupados porque tem um prazo para resolver e os proprietários tem legitimidade de despeja-los quando vencer este prazo”.
O vereador afirma ainda que é necessário ter cautela para resolver a questão e firmou o discurso da maioria. “Nenhum dos locais que o Bernal quer nos levar está pronto”.
