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Política

Prefeitos culpam IPI por crise e dizem que priorizam saúde e educação

Gabriel Neris e Helton Verão | 07/11/2012 16:59
Reunião acontece no auditório na Assomasul na tarde desta quarta-feira na Capital (Foto: Helton Verão)
Reunião acontece no auditório na Assomasul na tarde desta quarta-feira na Capital (Foto: Helton Verão)

Prefeitos dos municípios sul-mato-grossenses afirmam que estão tendo dificuldades para fechar as contas neste fim de ano. Com as prefeituras fechadas hoje em protesto, os chefes do executivo contaram durante reunião na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), na tarde desta quarta-feira (7), que estão priorizando a saúde e educação.

Obras estão sendo paralisadas para que os municípios possam evitar que as contas fiquem no vermelho. O cálculo é que o rombo chega a R$ 397 milhões.

Segundo o prefeito de Chapadão do Sul e presidente da Assomasul, Jocelito Krug, a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) foi a principal causa para a crise entre os municípios, que recebiam 22% do valor do imposto. “É bom para o consumidor e péssimo para os municípios”, diz.

Krug afirma que 10% dos municípios do estado atrasaram os salários dos servidores públicos e pelo menos 50% deles tiveram dificuldades para pagar os prestadores de serviço. “De julho para cá, Mato Grosso do Sul deixou de arrecadar R$ 145 milhões”, calcula o presidente da Assomasul.

O prejuízo para os municípios fez com os prefeitos se mobilizem e se reúnam no próximo dia 13, em Brasília (DF), para pressionar o governo federal. “Que o governo abrisse mão dos 77% dele, mas que deixasse os 22%”, completa.

O prefeito de Guia Lopes da Laguna (PMDB), Jacomo Dagostin, reeleito por mais quatro anos, acredita que o município deixou de arrecadar R$ 600 mil desde o mês de julho com a não contribuição do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). “Está difícil pagar os fornecedores e a alternativa é segurar as obras para pagar as contas”, revela.

Arlei Silva Barbosa (PP), prefeito de Nova Alvorada do Sul, argumentou que para conter as despesas e fechar as contas, trabalhadores contratados foram dispensados e cortou as horas extras aos servidores públicos.

Nelson Trad Filho calcula que Campo Grande perde 30% de arrecadação sem o repasse (Foto: Helton Verão)
Nelson Trad Filho calcula que Campo Grande perde 30% de arrecadação sem o repasse (Foto: Helton Verão)

Segurar os contratos com os prestadores de serviço e a manutenção de estradas foram as alternativas criadas pelo prefeito de Angélica, João Cassuci (PDT). De acordo com Cassuci, todas as obras estão paralisadas. “Dos oito anos de mandato este foi o pior ano”, diz.

O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), afirmou que previa esse aperto antes das eleições. Segundo Trad, a Capital não sentiu o impacto por conta do decreto para cortar 20% da assistência as secretarias antes do processo eleitoral.

Foi necessário economizar luz, água e telefone, de acordo com o prefeito. “Foram essenciais para cortar os gastos e não complicar as contas”, comentou. Nas contas de Nelsinho, Campo Grande perdeu 30% da arrecadação neste período.

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