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Política

Reinaldo lidera Codesul para comprar gás direto da Bolívia, sem a Petrobras

Alberto Dias | 15/02/2017 14:54
Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em reunião esta manhã (15) na Embaixada da Bolívia. (Foto: Divulgação/GovernoMS)
Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em reunião esta manhã (15) na Embaixada da Bolívia. (Foto: Divulgação/GovernoMS)

Em Brasília, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), propôs nesta quarta-feira (15) que o gás boliviano seja comprado diretamente pelos estados do Codesul (MS, PR, RS e SC), para manter parte da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Hoje, tais estados são abastecidos com combustível fornecido pela Petrobras, que cortou pela metade a importação junto ao país vizinho nos últimos meses.

Após se reunir com o presidente da República, Michel Temer (PMDB), o tucano buscou esta manhã o ministro de Hidrocarboneto da Bolívia, Luis Alberto Sánchez Fernández, e outras autoridades, para dar início às negociações, como forma de reduzir a queda na arrecadação sobre o ICMS do gás, que chega a R$ 600 milhões por ano aos cofres do Estado. Para ter ideia do prejuízo, tal montante daria para pagar os salários de todos os servidores estaduais por cerca de um mês e meio.

Reinaldo sinalizou que irá à Bolívia em março para definir as condições comerciais e técnicas do processo de importação direto com a central de distribuição, situada na fronteira com Corumbá, a 420 quilômetros de Campo Grande.

O governador de MS assumiu a negociação com os gestores bolivianos e vai liderar a comissão dos estados do Codesul para efetivar a importação direta do hidrocarboneto. O encontro acontecerá em Santa Cruz de La Sierra, ainda sem data definida.

Setor do gás - Para o diretor-presidente da MSGás, Rudel Trindade, essa importação conjunta será uma garantia de manutenção da receita do gás a Mato Grosso do Sul, independentemente da flutuação do volume bombeado pela Petrobras, cujo contrato com a Bolívia vai até 2019. Conforme Rudel, as projeções oficiais da estatal apontam que esse volume, que era de 30 milhões de metros cúbicos/dia até 2014, cairá pela metade em 2017.

“A proposta do governador manteria uma quantidade expressiva de importação do gás boliviano e o Estado não ficaria refém dessa variação, que hoje compromete as nossas finanças”, afirmou o presidente da MSGás. Rudel adiantou que a reunião em Santa Cruz de La Sierra definirá também o fornecimento do gás a novos empreendimentos de MS, como a usina termelétrica a ser instalada no município de Ladário, vizinho a Corumbá.

Além de Rudel Trindade e Reinaldo Azambuja, participaram do encontro, na Embaixada da Bolívia, o presidente da SCGás (Santa Catarina), Cosme Polêse.

Entre as autoridades bolivianas estavam o ministro de Hidrocarboneto, Luis Alberto Sánchez Fernández; o vice-ministro de Exploração e Exportação de Hidrocarboneto, Luis Alberto Poma Calle; o vice-ministro de Industrialização, Comercialização, Transporte e Armazenamento de Hidrocarboneto, Oscar Barriga Arteaga; e o presidente da estatal YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Boliviano), Guilhermo Acha Morales.

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