Vereadores cobram mudança de postura de Gilmar Olarte na crise com ACP
A primeira sessão da semana da Câmara Municipal de Campo Grande, mostrou que a relação entre o prefeito Gilmar Olarte (PP) e os vereadores está tensa e instável. O motivo principal, segundo os parlamentares, é a forma com o progressista tem conduzido a negociação com os professores que estão em greve.
Mesmo depois de ter se reunido com os vereadores para pedir desculpa sobre declarações contra o legislativo que vazaram em vídeo publicado por professores na internet, o tom dos discursos na Câmara mostrou descontentamento com a postura de Olarte. Os vereadores também cobram uma reforma administrativa no primeiro escalão da atual gestão.
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“O prefeito precisa ter minimamente mais responsabilidade. São 250 dias de gestão em que não mostrou para que veio. Andou perambulando e quando vem ferro e fogo coloca a Câmara contra os professores”, declarou Elizeu Dionizio (SD).
O próprio da Casa de Leis, vereador Mário César (PMDB), contestou a ação judicial da Prefeitura que suspendeu a lei que obrigado o município a conceder o reajuste de 8,46% aos professores. “A Câmara se debruçou sobre o orçamento em 2013”, revelou.
Segundo o peemedebista, o orçamento aprovado para 2014 previa recursos para pagar o reajuste de diversos segmentos do serviço público municipal, incluindo os professores.
“Meu pedido é que de fato o prefeito chame a categoria e cumpra a lei”, afirmou a vereador e vice-governadora eleita, Rose Modesto (PSDB). Opinião semelhante possui sua colega de mandato, Luiza Ribeiro (PPS). “Triste ver que o prefeito foi à justiça. A ação que ele ingressou não reflete a verdade”, pontou a vereadora.
“O melhor ataque não é sair falando coisas que não se pode provar. Mas, responder de maneira equilibrada e lúcida”, afirmou Paulo Siufi (PMDB).
Ainda de acordo com o presidente da Câmara, uma outra lei municipal ainda em vigor prevê a o reajuste parcelado do pagamento que dará a integralização do piso salarial à categoria.
Mário César contou que na última sexta-feira (14), data em que a Justiça acatou a ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a legislação que garantia o reajuste aos professores, um assessor de Olarte teria entrado na sala comemorando a liminar. “Ganhamos”, teria dito o servidor que não foi identificado. “ Ele (prefeito) falou coisas que não deveriam ser ditas”, finalizou o presidente da Câmara.