Vereadores cogitam abrir CPI para apurar qualidade do transporte público
Os vereadores de Campo Grande criticaram hoje a qualidade do serviço de transporte público no município e chegaram a cogitar até a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar se o Consórcio Guaicurus tem cumprido as cláusulas do contrato de concessão.
“O serviço historicamente evoluiu muito pouco e não acompanhou o crescimento da população”, relata o vereador Eduardo Romero (PT do B), ao apontar a existência de 575 ônibus em circulação, o que representa um para cada 1,5 mil habitantes. Os terminais também seguiram essa tendência tendo o último, nas Moreninhas, sido implantado em 2001.
Ademar Vieira, o Coringa (PSD), foi mais longe ao desafiar o prefeito Alcides Bernal (PP) a constatar os problemas enfrentados por quem usa o serviço público no horário de pico, como ônibus lotados e ausência de infraestrutura adequada nos terminais. Ele também solicitou manutenção periódica nos 78 ônibus adaptados para o atendimento a deficientes, que apresentam constantes falhas mecânicas.
Para a vereadora Grazielle Machado (PR) há a necessidade de se investigar a fundo se as clausulas contratuais da concessão estão sendo cumpridas, uma vez que trata-se de um período de 20 anos. “Temos que tomar uma atitude mais drástica, quem sabe até abrir uma CPI”, sugeriu Grazielle.
Fiscalização – Bernal declarou hoje que a Prefeitura irá exercer “fiscalização rigorosa da qualidade do serviço”, além da reforma dos nove terminais de transbordo e construção de outros quatro.
Por outro lado, Romero questiona como a fiscalização será realizada, uma vez que a AGETRAN (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) possui “equipe com pouco menos de 60 agentes”, além de questionar se a Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados) “vai conseguir fiscalizar e avaliar todos os contratos”. Ele também cobrou da Câmara uma explicação para o arquivamento da proposta de criação do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).