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Política

Vereadores criticam ação contra servidor; um pede que Bernal renuncie

Josemil Rocha | 08/02/2013 18:36
Vereador Eduardo Romero
Vereador Eduardo Romero

Há um clima de grande preocupação entre os vereadores de Campo Grande com as recentes decisões do prefeito Alcides Bernal sobre os servidores municipais, inclusive tendo deixado de pagar dois mil funcionários terceirizados de Centros de Educação Infantil (Ceinfs) e mil aprendizes mirins. Bernal pagou ontem apenas os servidores efetivos e comissionados e a si próprio, com reajuste que elevou o seu subsídio para R$ 20 mil por mês. Já há até vereador defendendo que Bernal renuncie ao cargo.

O vereador Eduardo Romero (PT do B) credita essa situação de atraso de pagamentos e supressão de gratificações à falta de planejamento da atual administração municipal. “Isso não é normal, apesar de ser início de gestão do prefeito. Falta planejamento, avaliar melhores formas de atuação, porque não é plausível que famílias de funcionários que prestam serviço à comunidade ficarem sem renda”, disse ele.

Para Romero, a situação é muito delicada. “Primeiro veio a mudança na data de pagamento, que embora legal, até 5º dia útil, atrapalha a programação das finanças das famílias dos funcionários que estavam acostumadas a receber antecipadamente há 15 anos, e isso gera também transtornos para economia da cidade”, lembrou o vereador do PT do B. “E corte de salários dos servidores é desrespeito, pois trabalham com dedicação exclusiva aos município e não têm como complementar a renda”, observou.

Eduardo Romero considera que Bernal já folhou na transição de governo, quando deveria ter levantado toda a situação e planejado as ações. Indagado se o fato de ter tido dificuldades de acesso a documentos por parte da gestão anterior, de Nelsinho Trad, Romero respondeu: “Não justifica o que está acontecendo. Não foi feito em tempo hábil a montagem da equipe de transição, demorou muito. Assim como está demorando agora na composição da equipe de governo, ainda não tendo nome definitivo para a chefia de gabinete, a Agência de Regulação e a Procuradoria Jurídica, que até ontem não tinha titular definido”. “É como empresário resolver abrir loja, mas não tem funcionário nem produto para oferecer. No caso da prefeitura é ruim para a cidade, que é Capital, tem mais de 800 mil habitantes”, acrescentou Romero, afirmando ainda que Bernal está descumprindo a promessa eleitoral de valorizar os servidores públicos.

Eliseu Dionízio (PSL) achou “absurdo” a situação de os três mil funcionários ainda não terem recebido os salários por decisão do prefeito Alcides Bernal. “Na campanha o prefeito divulgou bastante que as pessoas estariam em primeiro lugar, que faria um trabalho voltado para a população, mas isso não está acontecendo”, criticou. “Falei no bairro Los Angeles com uma mãe que é servidora e a situação é dramática: as filhas não receberam kit escolar e ela não pode comprar caderno para o filho porque não recebeu o salário”, observou ele.

Na opinião de Eliseu, Campo Grande não pode continuar “sofrendo com a incompetência do Bernal”. Considera inaceitável que já no segundo mês de administração o novo prefeito continue privilegiando ataques à gestão anterior. “Se acha tão difícil administrar Campo Grande, deixe o cargo, peça pra sair”, sugeriu.

Questionado se Bernal realmente não estaria “amarrado” pela Câmara e pelas decisões da administração do prefeito Nelsinho Trad, Eliseu declarou: “Tem de acabar com discurso eleitoreiro. O problema é que ele está sendo intransigente e soberbo. Se for de benefício da população, nós vamos aprovar”.

Paulo Pedra (PDT) entende que ainda é cedo para fazer julgamento sobre esse atraso salarial ou sobre qualquer outro tema referente à atual administração municipal. “Não estou achando nada. Tenho que conversar com o prefeito, ver o que está acontecendo”, disse ele. Como Bernal acabou de fechar o primeiro mês de governo, Pedra prefere esperar um pouco mais para falar sobre a administração. “Tem de dar um tempo para o prefeito poder ter conhecimento da situação”, ponderou . “Com a experiência que eu tenho, quero fazer avaliação; estou mais ouvindo, do que falando”, acrescentou.

O líder do prefeito na Câmara, vereador Marcos Alex (PT), declarou que as decisões da atual administração estão pautadas pela legalidade. Indagado sobre o não-pagamento dos funcionários de Ceinfs, Alex limitou-se a falar sobre a situação das merendeiras: “Tinha um concurso que foi feito e que não foi dada sequência, o que é questionável. Se tem concursado, tem que nomear”.

Deixou evidenciado que a prefeitura está “rompendo com a teceirização”. Questionado se não seria mais correto pagar quem já trabalhou e tem direito ao salário, como no caso dos funcionários dos Ceinfs, Marcos Alex respondeu: “Como vai ser pago o que está irregular. A primeira coisa era interromper”.

A respeito da supensão de gratificações pagas a servidores, Alex garantiu que o caso é de “flagrante ilegalidade”, visto que não nenhum tipo de ato oficial que desse sustentação legal ao benefícios pagos. “Isso foi feito quatro ou cinco meses antes das eleições”, lembrou o líder do prefeito. “É a mesma coisa de caderno de armazém: Vou te pagar 180 a mais este mês e pronto”, comparou.

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