ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
NOVEMBRO, QUARTA  26    CAMPO GRANDE 28º

Saúde e Bem-Estar

Justiça permite aborto de feto de 7 meses sem chance de sobrevivência

Decisão considerou quadro de alto risco e malformação severa antes de autorizar o procedimento

Por Clara Farias | 26/11/2025 19:28
Justiça permite aborto de feto de 7 meses sem chance de sobrevivência
Adolescente gestante em aldeia de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Uma mulher de Mato Grosso do Sul conquistou na Justiça a autorização para interromper a gestação de um feto de quase 7 meses. A liberação ocorreu porque o bebê não conseguiria sobreviver fora do útero, conforme avaliações médicas. A decisão tem como objetivo proteger a vida e a dignidade da mulher.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Uma mulher de Mato Grosso do Sul obteve autorização judicial para interromper a gestação de sete meses, após diagnóstico médico confirmar que o feto não sobreviveria fora do útero. A gestante, que apresentava diabetes gestacional e gravidez de alto risco, estava emocionalmente abalada com a situação.A decisão baseou-se na proteção da dignidade e da vida da mulher, considerando o sofrimento físico e psicológico causado pela grave malformação cerebral do feto. O caso ocorre em meio a debates legislativos sobre restrições ao aborto legal no Brasil, com um projeto em tramitação no Senado que visa proibir a interrupção após 22 semanas de gestação.

Conforme a Defensoria Pública do Estado, que acompanhou o caso, a gestante estava extremamente abalada e angustiada por prosseguir com uma gravidez cujo desfecho seria a morte do bebê. O processo correu em segredo de Justiça.

O defensor responsável, Cássio Sanches Barbi, explicou que a mulher manifestou de forma consciente o desejo de interromper a gestação, "diante do sofrimento físico e psicológico causado pela grave malformação cerebral do feto e seu elevado comprometimento vital", disse.

Segundo ele, manter a gestação violaria a dignidade humana da paciente. Além disso, ela foi diagnosticada com diabetes gestacional e gravidez de alto risco, correndo risco de morte, caso continuasse a gestação.

A legislação brasileira permite a interrupção da gravidez em três casos, quando a gravidez é resultado de estupro, quando há risco à vida ou à saúde da gestante e quando o feto apresenta anencefalia, ou seja, má formação grave e incompatível com a vida fora da barriga da mãe.

Apesar de ser previsto por lei, o acesso ao aborto legal enfrenta vários obstáculos. Em outubro deste ano, o Senado aprovou o Projeto de Lei 2.524/2024, que proíbe o aborto legal após 22 semanas de gestação, inclusive nos casos permitidos pela legislação brasileira.

O texto foi enviado à Comissão de Assuntos Sociais e em seguida será enviado para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde será apreciado. Se aprovado, o texto pode seguir para a Câmara dos Deputados.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.