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Bullying: vamos dar um BASTA!

Por Raquel Pereira da Silva Lopes (*) | 20/05/2019 07:25

Inicio o presente artigo com o título de um projeto ao qual estou desenvolvendo na escola estadual Camilo Bonfim, Escola da Autoria, no município de Camapuã, no Ensino Médio, para enaltecer a importância de se falar e debater acerca desse problema que afeta inúmeras pessoas de forma desastrosa: o BULLYING.

Infelizmente, em pleno século XXI, ainda é possível se deparar com queixas de nossos estudantes ora por presenciarem práticas de bullying, ora por sofrerem intimidações, chacotas, deboches dentre tantas outras violências que acabam por influenciar no processo de aprendizagem dos mesmos de maneira negativa.

O bullying se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, o que causa dor e angústia, com a intencionalidade de intimidação ou agressão a outra pessoa.

No Brasil, felizmente, foi criada, desde 2016, a Lei nº 13.185 que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática ( Bullying ), cujo objetivo é prevenir e combater a prática do bullying, implementar e disseminar campanhas de educação, conscientização e informação, bem como capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema, isto é, promover a cidadaniaem toda a sociedade, uma vez que não acorre apenas nas escolas.

Além dessa lei específica, cabe aqui citar a atualização ocorrida no ano passado da Lei 9.394/96, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a qual atribui maior responsabilidade às instituições de ensino em fomentar medidas de combate ao bullying, promovendo assim ações de promoção da cultura de paz.

É preciso dar um BASTA de uma vez por todas ao bullying! A escola desempenha um papel muito importante quando a temática é a prevenção, no entanto essa incumbência não deve ficar a cargo somente das instituições de ensino, visto que a sociedade em geral deve dialogar, falar, denunciar, dar sugestões, opinar e acima de tudo AGIR para que não tenhamos noticiados nos jornais e na televisão casos drásticos como o ocorrido em 2011 na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, um massacre que destruiu muitos sonhos e vidas.

A escola deve sim apresentar projetos de conscientização e prevenção ao bullying e ao mesmo tempo convidar esses estudantes a dar o primeiro passo frente ao problema buscando uma solução. De que forma? Engajando os alunos, tornando-os autores do processo de construção da criticidade, proporcionando a essa juventude a oportunidade de criar e recriar ações antibullying dentro do seu convívio escolar e social, pois a responsabilização é de todos nós que almejamos um mundo melhor e igualitário sem discriminação, sem violência e sem preconceito.

Sendo assim, dialogar é preciso. Hoje, as crianças e adolescentes precisam conhecer regras de boa convivência e respeito, ter limites e empatia com o próximo, o que de fato deve começar em casa com a educação dos pais a fim de que no ambiente escolar sejam agregados saberes que o ajude a se tornar um cidadão crítico, solidário e competente que saiba conviver em sociedade.

(*) Raquel Pereira da Silva Lopes é graduada em Letras pela Uniderp, pós-graduada em Educação do Campo pela UFMS,  professora da rede estadual de ensino de Mato Grosso do Sul e da prefeitura de Camapuã.

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