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Como evitar os cinco erros mais cometidos por advogados iniciantes

Rodrigo Padilha* | 18/05/2019 09:17

No Brasil, vivemos uma realidade em que, infelizmente, os cursos de Direito não preparam os advogados recém-formados para a vivência prática do mercado de trabalho. Mas isso também ocorre em outras profissões.

A maioria dos advogados, quando iniciam suas carreiras, não conhecem a rotina de um escritório e não possuem qualquer noção para tocar seus negócios, que também depende de marketing, empreendedorismo, administração e finanças, assim como qualquer outro segmento.

Por esse motivo, o espanto de quem inicia a carreira e se depara com esse cenário costuma ser muito grande, porque desconhece uma série de fatores, desencadeando alguns erros comuns no começo.

Mas para ajudar esses profissionais, separei algumas dicas para ajudar nessa missão. Entretanto, é bom reforçar que a melhor estratégia é manter-se ciente desses deslizes e se preparar para evitá-los. Confira algumas dicas:

1. Não traçar um plano de carreira – O início de carreira é o momento de se arriscar, errar e aprender. Porém, isso não quer dizer as coisas devam acontecer de improviso, sem planejamento.

Aproveite o momento de relativa tranquilidade e crie um plano de futuro profissional bem definido. Trace objetivos e saiba aonde você quer chegar. Esse é um importante passo para que se possa ter mais clareza de quais caminhos seguir e para facilitar a tomada de decisões estratégicas relacionadas a que áreas atuar, em qual escritório e com que clientes.

Escritórios e profissionais que criam metas concretas e, a partir daí, geram seus negócios com um horizonte bem definido, têm mais chances de alcançar o sucesso na advocacia.

2. Não prestar um atendimento de qualidade – Em meio às dúvidas e à rotina incerto do começo de carreira, muitos advogados iniciantes acabam negligenciando o relacionamento com o cliente. Isso é um erro grave –e muito comum.

É fundamental que o profissional preze pela qualidade e pelo cuidado no atendimento desde o primeiro contato. A excelência no trato com o cliente é fator preponderante para garantir ou não a continuidade dessa relação.

Sendo assim, procure retornar ligações e responder e-mails e mensagens o mais breve possível e sempre de maneira completa e atenciosa. Mantenha seu cliente bem informado sobre o andamento do processo e sobre os prazos previstos. Isso passa uma imagem de cuidado e preocupação com o caso e ajuda a evitar cobranças desnecessárias e repetidas.

Outra dica importante é comunicar-se de acordo com cada tipo de cliente. A linguagem utilizada no atendimento ao departamento jurídico de uma grande empresa é bem diferente do linguajar que deve ser usado em causas individuais, em que os clientes são, em sua maioria, leigos no Direito.

Um atendimento de qualidade contribui para a construção de uma boa imagem e de uma boa reputação profissional, além de aumentar as chances de indicações e de fidelização do cliente atendido.

3. Não cobrar honorários de forma adequada – Muitos advogados iniciantes não sabem ao certo como precificar seus serviços e alguns até se sentem acanhados de cobrar o valor que acham justo. Outra preocupação recorrente é como explicar esses valores para o cliente. Em primeiro lugar, para definir os valores, é importante utilizar como parâmetro a tabela fornecida pela OAB, realizando ajustes conforme os custos relativos à sua estrutura de trabalho, horas de serviço que serão empregadas na causa e a complexidade de cada atuação.

Nesse sentido, é importante que o contrato de honorários seja elaborado somente após ouvir o cliente e compreender bem o caso. Feito isso, preze pela transparência ao informá-lo sobre o valor e o que está incluído no serviço.

Para iniciar os trabalhos, é usual que haja a cobrança de um sinal correspondente a um percentual do valor total. A forma de pagamento da quantia restante costuma ser combinada com o cliente, podendo ser feita à vista ou até mesmo em parcelas.

Por fim, uma vez elaborado o contrato, peça que o cliente leia e tire quaisquer dúvidas antes de assinar.

4. Não fazer networking – Uma extensa rede de contatos ainda é a melhor ferramenta para atrair novos clientes, oportunidades de negócios e novas parcerias. E para o advogado iniciante isso é ainda mais importante.

Sendo assim, invista em networking desde o começo. Frequente eventos diversos, não apenas da área do Direito. Vá a palestras, marque cafés e encontros com colegas e professores antigos e nunca deixe passar a oportunidade de reunir-se com potenciais clientes.

Manter um bom relacionamento com seus contatos e buscar ampliar os seus relacionamentos profissionais é essencial para alcançar o sucesso na advocacia, ajudando a fechar novos negócios e potencializando o aprendizado com a troca de experiências.

5. Não se especializar – Um dos maiores problemas enfrentados por advogados iniciantes é que o simples diploma da graduação, por mais reconhecida que seja a instituição, já não reflete o panorama atual do Direito, em que o mercado exige profissionais especialistas.

Dessa maneira, não tenha medo de enveredar sua carreira para uma área específica. Ser especializado em algum campo do conhecimento ajuda o advogado a se destacar no mercado, a se tornar referência naquele determinado assunto e, assim, aumentar sua credibilidade como profissional.

Como comentei no começo do texto, infelizmente, os cursos de Direito não preparam os recém-formados para o que eles vão enfrentar no mercado de trabalho. Finanças, administração, gestão, marketing pessoal... As responsabilidades do dia a dia vão muito além do que foi ensinado na faculdade.

* Formado em Comunicação Social/Marketing e Direito

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