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Esporte e cultura no combate ao crime

Por Wilson Aquino (*) | 22/01/2019 12:36

Se os governos municipal, estadual e federal soubessem dos reais poderes que práticas esportivas e culturais exercem na formação de cidadãos e cidadãs de bem, especialmente entre crianças, jovens e adolescentes, certamente investiriam muito mais e em todos os municípios brasileiros e não a miséria de recursos que investem hoje.

Investir no esporte como fator de inclusão e desenvolvimento social é levar infraestrutura a todos os bairros e vilas, com campos de futebol, quadras de basquete, vôlei e outros instrumentos que facilitem o acesso das pessoas a essas áreas diuturnamente. Mas não bastaria apenas construir e montar esses espaços. Seria necessário manutenção constante e material e pessoal (pago e voluntários) para orientar as práticas esportivas, de maneira que nossos jovens pudessem ser incentivados a se desenvolverem em algumas modalidades, dando o seu melhor para isso.

Com espaços bem montados e com os incentivos do poder público que daria todas as condições para uma participação constante nesses campos de treinamentos esportivos, o governo inibiria o surgimento e a permanência da ociosidade, que é pai de todos os vícios; que geram ajuntamento infrutíferos de meninos e meninas; que geram maus hábitos e costumes.

A ociosidade das nossas crianças e jovens, que no contraturno escolar ficam nas ruas enquanto seus pais trabalham, tem sido a raiz de muitos males da sociedade brasileira nesses tempos de números recordes de roubos, furtos e assassinatos. Uma coisa leva à outra. É na ociosidade que nascem os ajuntamentos para atos de vandalismo; do consumo do primeiro cigarro; do primeiro gole de bebida alcoólica, da maconha... daí, é um passo para atos de violência e, mais cedo ou mais tarde, o crime. Não é uma regra geral, mas grande parte dos criminosos começaram assim, com o mau uso do tempo ocioso.

As atividades culturais também são de fundamental importância na ocupação do tempo ocioso de crianças, jovens e adultos. Temos inúmeros exemplos pelo Brasil afora, de jovens que se uniram e se fortaleceram como bons cidadãos por intermédio da dança, do teatro, da música. Projetos dessa natureza dão certo mesmo em regiões de extrema violência e junto também a comunidades paupérrimas e longínquas.

A construção de pequenas bibliotecas nos bairros e vilas das cidades, pelas mãos do governo e com o apoio de organizações como lideranças de bairros, para ajudar na administração e manutenção desses ambientes, também seria de fundamental contribuição para todo esse processo que estamos tratando.

O incentivo à leitura e a manutenção de concursos literários e outras ideias com esses propósitos, seriam de grande ajuda para a formação de futuros grandes profissionais, além é claro, de manter os jovens longe das ruas. A iniciativa privada também poderia contribuir enormemente com projetos dessa natureza: levar os poderosos livros, com todas as suas magias, aventuras e informações para a formação de uma geração mais culta e preparada para conduzir o país rumo ao desenvolvimento com qualidade de vida para todos.

As comunidades sabem muito bem aproveitar as oportunidades que lhes são dadas pelo poder público, por organizações não governamentais ou por qualquer um que se levante para desenvolver algum projeto de benefício coletivo. Sobre isso temos também inúmeros exemplos em cidades brasileiras: cidadãos que não esperam que o governo tome atitude e eles mesmo desenvolvem projetos que despertam talentos das pessoas por intermédio de atividades esportivas e culturais.

Devido ao estágio que a violência atingiu hoje no Brasil e diante do fato de que um novo e “revolucionário” governo assumiu as rédeas da Nação, oportuno levantar e gritar sobre esse assunto para que, quem sabe, o poder público se conscientize da grande importância que as práticas esportivas e culturais têm no combate à ociosidade, às ilicitudes, ao crime no Brasil, e reaja de maneira positiva, estabelecendo essas pastas como prioritárias administrativamente.

E então quem sabe, não custa sonhar, os governos anunciem a partir de agora, grandes projetos nesse sentido, dotando bairros e vilas das cidades brasileiras, de uma melhor infraestrutura para essas práticas esportivas e culturais visando o crescimento e fortalecimento da sociedade, que permitirão a construção de um país muito melhor amanhã.

(*) Wilson Aquino é jornalista e professor. 

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