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O corpo diz

Por Eduardo Shinyashiki (*) | 01/07/2014 13:51

Os acontecimentos do dia a dia nos ensinam que o nosso corpo é marcado pela própria história individual e também pela história social, pelos costumes e tradições que foram transmitidos. Expressões, gestos e posturas refletem o nosso posicionamento no mundo de uma maneira muito mais concreta que as palavras.

Um dos primeiros estudiosos que pesquisou a importância da comunicação não verbal foi Darwin em 1872, quando ele afirmou em sua obra que comportamentos e expressões como o sorriso, o choro, a dor, a raiva e o medo, típicos dos seres humanos, são também presentes em outras espécies do reino animal. Por isso, podemos dizer que a linguagem corporal é o mais primitivo sistema de comunicação do ser humano.

Quando falamos com alguém estamos sendo observados de todos os pontos de vista e também observamos o nosso interlocutor. Somos avaliados e avaliamos, mesmo que inconscientemente, não só pelo que se diz com as palavras, mas também pelo que o corpo transmite com o tom de voz e com a linguagem corporal.

No trabalho, por exemplo, seja em reuniões, em entrevistas, em encontros com clientes e fornecedores, precisamos nos observar e analisar com atenção o interlocutor para melhor compreendê-lo nas suas intenções e emoções.

Já um líder precisa estar atento para perceber e compreender quando alguém está motivado ou desmotivado, entusiasmado ou apático, comprometido ou desinteressado, para direcionar e focar ações que concretizem os resultados.

O professor Albert Mehrabian já evidenciou a importância da comunicação não verbal - ou linguagem corporal - em 1967, quando o notório estudioso americano publicou seu estudo sobre a comunicação não verbal, demostrando que só 7% do significado da mensagem no processo de comunicação é transmitido por meio das palavras, que oferecem os conteúdos do discurso, mas que são só uma pequena parte do inteiro diálogo.

A componente não verbal – o tom de voz, o ritmo, as pausas – é responsável por 38% da mensagem e a componente paraverbal, que é a linguagem corporal, ou seja, a postura, o olhar, a mímica facial, os gestos, as expressões do rosto e os movimentos do corpo, são responsáveis pelos 55% da comunicação.

Mas quanto estou consciente da minha linguagem corporal? E por que é tão importante compreender a linguagem não verbal nossa e do outro?

A linguagem corporal transmite elementos adjuntos à comunicação verbal e é mais decisiva, pois é mais sincera e espontânea na transmissão das informações, afinal, expressa pensamentos e emoções de forma mais intensa e verdadeira que as palavras.

Muitas vezes, a empatia é criada pela observação, acompanhamento e valorização dos sinais corporais que o outro envia no processo de comunicação, criando assim o sentimento que o ser humano mais valoriza: sentir-se compreendido e respeitado.

Nossa linguagem corporal, algo complexo e sutil, conta a história pessoal de cada um de nós. Ela se modifica no decorrer da vida, demonstra a evolução e maturidade de cada um, transforma-se dependendo do estado de ânimo, da situação e contexto em que nos encontramos, gerando o grande desafio da comunicação, já que cada pessoa é um universo a ser compreendido em diferentes momentos.

(*) Eduardo Shinyashiki é palestrante, consultor organizacional, especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes. Presidente da Sociedade Cre Ser Treinamentos, Eduardo também é escritor e autor de importantes livros como Transforme seus Sonhos em Vida, da Editora Gente, sua publicação mais recente. www.edushin.com.br.

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