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Temos que vencer a guerra no trânsito

Por Marquinhos Trad (*) | 04/05/2016 14:29

O Brasil vive uma guerra trágica. Não se trata de uma guerra envolvendo material bélico e estratégia, mas carros, motocicletas e – na maior parte das vezes – imprudência. A cada ano, cerca de 45 mil brasileiros perdem suas vidas em acidentes de trânsito.

Um episódio deste conflito que ceifa vidas e retira de nosso convívio entes queridos, amigos, seres humanos com toda uma vida pela frente ocorreu recentemente em Campo Grande, vitimando o filho do vereador Paulo Siufi - meu querido afilhado, Paulo Siufi Filho. Ele tinha apenas 21 anos. Imagino a dor de Paulo, Zeina, e de toda a família, e coloco-os em minhas orações neste momento tão difícil.

Mas a família Siufi não está sozinha em sua dor. Neste ano, 23 pessoas já perderam suas vidas nas estradas, ruas e avenidas de nossa cidade. Em 2015 foram 89 pessoas. No ano anterior, 112 óbitos. Quantas famílias mais terão de passar por este sofrimento? Parte significativa destas vítimas é composta por gente muito jovem, com idade variando de 0 a 24 anos. Não é exagero dizer que nossa juventude está sendo massacrada nesta guerra injusta.

Alta velocidade, imprudência, irresponsabilidade e embriaguez são as causas mais comuns destes graves acidentes que, via de regra, terminam em tragédias.

Desde 2003, a taxa de mortes no trânsito no Brasil subiu de 18,7 para 23,4 a cada 100 mil pessoas. Em 2012, o país teve cerca de 47 mil mortes no trânsito estimadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que coloca o trânsito brasileiro como o 33º mais perigoso do mundo, e o 5º da América Latina. No ranking de 2013, o país figurou como o 56º do planeta mais mortal no trânsito, e 3º das Américas, atrás apenas de República Dominicana e Belize.

Via de regra somos apontados como um País com leis adequadas de trânsito, exceto aquelas com relação a limites de velocidade. Muitas cidades do país têm vias urbanas com limite de 80 km/h, mas a OMS só considera seguras vias urbanas com limite de 50 km/h.

Nossas boas leis no entanto, não estão sendo bem implementadas. Em notas de zero a dez, a OMS atribuiu ao país conceito 6 para a implementação de regras como a obrigatoriedade de capacete e o transporte adequado de crianças (no banco de trás, com assentos e cinto apropriados). O respeito à obrigatoriedade do cinto de segurança e a velocidades máximas receberam nota 7. A proibição do álcool ao volante recebeu nota 8.

É preciso inverter esta lógica perniciosa. Não é aceitável que continuemos tratando este tema como se ele fosse inevitável. Como se a morte de tantas pessoas fosse inevitável. Para fazermos frente a esta guerra injusta, todos temos que fazer a nossa parte. É preciso legislar bem, aplicar a lei e obedecê-la. Só assim diminuiremos a dor e o sofrimento de tantas famílias.

(*) Marquinhos Trad é deputado estadual pelo PSD.

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