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Torcida organizada para o crime ou diversão sadia?

Ruy Sant’Anna (*) | 15/07/2012 08:21

Bom dia pra você, legislador brasileiro que na sua maioria deve ser torcedor de algum time de futebol e que tanto quanto a população tem assistido às covardias de supostos “líderes” de torcidas organizadas. Porém o que se indaga é: será que essas torcidas agressoras seriam simplesmente organizadas pelo bem do esporte e convivência pacífica das famílias que amam o futebol? Ou com suas atitudes têm colocado sob suspeita todas as torcidas organizadas..., numa subclassificação de torcida organizada para o crime? O que se quer é que os legisladores brasileiros cumpram, através de lei, o dever de vigilância aos estádios, obrigando o cadastramento dos frequentadores de todas as praças de esporte fechadas. Que sejam filmados seus ambientes e entorno.

O Brasil tem uma das maiores torcidas do mundo pelo futebol. Não se pode colocar em suspeita toda torcida organizada, mas elas são pacíficas até que são pegas em violência com os desregrados que se dizem “torcedores leais” de algum time. Estes apelam para a violência desnaturada, até à morte e muita vez covarde sem oportunidade de defesa de sua vítima.

A atitude dos torcedores que agem com violência física ou psicológica é insana. Mas o que eles associam a essa histeria individual que é manipulada com falsa liderança, usando das mídias, objetiva massagear seus egos doentios. E aí não importa, pra eles, se vão machucar física ou psicologicamente, e/ou matar da mesma forma os atletas e adversários de outras torcidas, mesmo que por acaso alguém esteja no lugar e hora errada. Pra eles nada interessa, a não ser expor os seus instintos criminosos.

E uma das formas para evitar e/ou punir esses bandidos, os estádios têm que ter, por imposição legal, câmeras filmando os ambientes dos estádios, não somente em seu interior, mas também no entorno. Para frear ou diminuir tais comportamentos irracionais só o rigor da lei. A lei tem que proibir a frequência aos estádios, de quantos for pegos afrontando o direito à tranqüila convivência sócio-esportiva. Em todos os estádios, tem de ser obrigatória a vigilância de câmeras de filmagens identificando os baderneiros e criminosos, para primeiro prende-los e cumprirem os ditames legais em cada caso e cadastrando-os como mostrado em reportagens televisivas, com ações da Polícia, Ministério Público e Judiciário rápidos, eficientes e eficazes. Que a mesma imprensa que de certa forma dá exp osição aos baixos instintos, mostre pelo menos os nomes dos que forem apanhados pela lei, na classificação de bandidos. A verdade é que a educação e a vigilância familiar também devem estar presentes no acompanhamento da vida de filhos e filhas. E os que já não têm o convívio familiar e fazem parte dos grupos de celerados, só o rigor da lei, a exemplo de países mais civilizados onde o rigor legal e a educação impõe a paz.

Mas, eis que de repente surge a notícia no jornal a Folha de São Paulo sobre um alegre e extrovertido exemplo de comportamento da torcida evangélica. O título da matéria já esclarecia: “Evangélicos formam torcidas organizadas e são proibidos de xingar nos estádios”. Esclareceu o presidente do flagospel, Henrique Reinaldo da Silva que todos os integrantes das torcidas evangélicas passam por um processo de reeducação e conscientização, para assim agirem.

“Esse grupos estão se organizando e vestindo a camisa de seu time de futebol do coração para torcer nos estádios. A diferença em relação às torcidas tradicionais é que os religiosos devem seguir três mandamentos básicos: não consumir bebidas alcoólicas antes, durante ou depois das partidas; não provocar ou se envolver em brigas e/ou confusões com outros grupos de torcedores (ou pessoa isolada); e não proferir palavrões ou qualquer tipo de xingamento no decorrer dos jogos”, disse a notícia. A bebida a lei seca já proíbe; envolvimento em brigas e confusões deve ser evitado para que aja paz; e não xingar e evitar palavrões serve para evitar as mesmas provocações e brigas. Fácil assim.

Esses comportamentos e atitudes promovem a diversão com cidadania e dignidade. Tai o exemplo que pode ser adaptado em todas as torcidas organizadas com a proibição, por elas mesmas, da violência e bebida alcoólica nos estádios e entorno. Acredito que a partir dos exemplos evangélicos outras participações religiosas passem, ecumenicamente, a adotar tais atitudes sem se preocupar com o ineditismo da ideia, mas com o seu fundamento e objetivo. O que não pode acontecer ainda é a desistência da lei reguladora dos comportamentos desvairados.

Assim, confiando que a atenção e união dos legisladores brasileiros junto às famílias e torcidas conscientes, como as evangélicas, transformem-se em alegria e paz nas praças esportivas é que dou o meu bom dia, o meu bom dia pra vocês.

(*) Ruy Sant’Anna é advogado e jornalista

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