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Vulnerabilidade estudantil

Por Amanda Micheli Mariano de Mello (*) | 16/07/2017 10:00

Ao entrar na universidade, em meio às pressões da sociedade e dos pais, os estudantes devem ter um acompanhamento psicológico visto que as exigências e demandas na vida universitária são além da vida de vestibulando. Dessa forma desde seu ingresso na universidade deve apresentar recursos cognitivos e emocionais complexos para realização das tarefas do novo meio.

Os estudantes se deparam com novos desafios matérias que abusam da imaginação no caso da área das exatas, muitas vezes fazendo sentir se incapaz, por outro lado na área de saúde, durante suas atividades nos cenários de práticas, torna-se cuidador precoce e, por vezes, depositório de angústias, dores e anseios de familiares e pacientes.


Visando as elevadas expectativas, as exigências para entrar no mercado de trabalho e as aspirações pelo seu futuro profissional e pessoal, comumente se encontra como consequência uma alta prevalência de problemas psicoafetivos, por vezes desconhecidos. Tal desconhecimento pode levar à desmerecimento de determinados sintomas ou até mesmo a tratamento errado. Exemplos claros dessa problemática envolvem a identificação tardia e o tratamento inadequado da depressão e da ansiedade, que podem resultar em situações mais grave o suicídio.

Ademais, o consumo e dependência de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas, alimentação inadequada, inatividade física, bem como outros sintomas que são desvalorizados, são associados a condutas negativas à saúde.


Na atualidade podemos concordar com Émile Durkheim, no qual diz que a sociedade pode ser comparada a um “organismo vivo” por apresentar mecanismos funcionais integrados. Visto que a banalização das relações humanas construídas ao longo da instituição do capitalismo moderno atua como um abafador do aparecimento de psicopatologias, alterando a concepção de saúde pública. Desta maneira, a integração entre os segmentos do “organismo biológico” não é realizada e, consequentemente, gerando enfermidades físicas e sócias.

Nesse cenário, seguindo conceitos do falecido sociólogo polonês Zygmunt Bauman sobre a liquidez da modernidade, as interações dos indivíduos com seus semelhantes e o ambiente tornaram-se mais fluidas e menos concretas. Como resultado, a ausência de profundidade no contato interpessoal cria um extremo vazio íntimo e emotivo, tornando mais frequente a assiduidade das psicopatologias.

Isso é apenas um reflexo do estresse de um ambiente acadêmico, quando não há condições e normas adequadas que permitam o desenvolvimento saudável da socialização e incentivem a comunicação de alunos com professores, pais, famílias e com a sociedade e suas relações ambientais. Assim, uma das principais estratégias de enfrentamento do estresse é o suporte social, pois, quando o indivíduo é exposto a um estressor e tem alto nível de suporte social, os efeitos negativos do estresse tendem a desaparecer.

Uma das soluções para Feldman e colaboradores, o suporte social pode ocorrer por meio de recursos que podem ser oferecidos por todos que cercam a pessoa, fornecendo apoio emocional importante e oportunidade de compartilhar interesses comuns e situações em que o indivíduo se sinta compreendido e respeitado. É importante ressaltar que não é apenas a presença desses recursos que proporciona o suporte social, é a percepção que a pessoa tem de tal presença que torna o suporte eficaz, além de acompanhamento psicológico.

(*) Amanda Micheli Mariano de Mello é estudante de Engenharia Ambiental na UFMS

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