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Cidades

Do RJ para MS: mulher denuncia ex pelo sequestro das filhas de 10 e 7 anos

Advogado levou as filhas do RJ e agora está internado com covid em MS; crianças estariam com avó, denuncia mulher

Silvia Frias | 27/02/2021 14:48
A terapeuta com os três filhos, duas delas da relação com o advogado (Foto/Reprodução)
A terapeuta com os três filhos, duas delas da relação com o advogado (Foto/Reprodução)

A disputa pela guarda de duas meninas de 10 e 7 anos, iniciada no Rio de Janeiro, chegou a Campo Grande depois que o pai, advogado de 44 anos, trouxe as meninas para a cidade, extrapolando o tempo permitido pelo acordo judicial.

A mãe, autônoma de 35 anos, que já tem mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, veio a Campo Grande em busca das filhas.

A informação que recebeu é que o home está internado no Hospital Regional, infectado por covid-19 e as meninas estão com a tia e avó paterna. Como ainda não conseguiu contato com as filhas, registrou boletim de ocorrência por subtração de menor, sequestro e cárcere privado contra o advogado e a namorada dele.

Os nomes dos envolvidos não serão divulgados para preservar a identidade das crianças.

As meninas de 10 e 7 anos são filhas da terapeuta holística de 35 anos, residente no Rio de Janeiro e do advogado de 44 anos, que morava na capital fluminense até o ano passado.

Mulher foi hoje à Polícia Civil, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Mulher foi hoje à Polícia Civil, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Os dois foram casados de 2009 a 2013 e chegaram a morar em Aquidauana (MS). Ela relatou à reportagem que se separou ainda grávida da segunda filha, depois de relacionamento conturbado e voltou para o Rio de Janeiro.

Porém, o divórcio foi amigável e os dois, já no RJ, acertaram a guarda compartilhada, estipulando datas para que cada um ficasse com as meninas.

Os problemas começaram com os atrasos de pensão e de medida restritiva imposta contra ele, a última, renovada em dezembro de 2020.

A terapeuta disse que, desde o ano passado, esta é a 3ª vez que ele leva as meninas, desrespeitando as medidas judiciais acordadas. A primeira foi em junho, quando o advogado teria levado as crianças para Minas Gerais. A segunda, em outubro, quando tentou acusar a mãe de abuso sexual. “Ele usou a foto que estava dando selinho na minha filha”, lembra.

Nas duas ocasiões ela conseguiu reverter a situação e reencontrar as crianças.

Desta vez, em comum acordo, foi acertado que as meninas passariam as férias com o pai, a partir do dia 14 de janeiro. Como havia a medida protetiva, a avó paterna foi buscar as meninas, que seriam levadas para Teresópolis (RJ).

Mandado de busca expedido pela Justiça do RJ (Foto/Reprodução)
Mandado de busca expedido pela Justiça do RJ (Foto/Reprodução)

No dia 1º de fevereiro a terapeuta entrou em contato para saber do retorno das filhas. “A mãe dele só me falou que ela não iriam voltar ainda porque estavam de férias”, contou.

A advogada do caso no Rio de Janeiro entrou com recurso informando do descumprimento da guarda compartilhada, trâmite que demorou mais de 20 dias para que as partes fossem oficiadas. Neste meio tempo, conseguiu falar com as filhas por chamada de vídeo, no dia 14 de fevereiro.

No dia 23 de fevereiro, em contato telefônico entre as avós, ficou sabendo que o advogado estava em Campo Grande, internado com covid-19 e que estaria em estado grave.

“Eu não sei para onde levaram minhas filhas”, disse a terapeuta. Antes de vir a Campo Grande, obteve da Justiça do Rio de Janeiro o mandado de busca e apreensão das meninas, expedido no dia 26 de fevereiro.

Orientada pela advogada, veio ontem a Campo Grande para acompanhar o cumprimento do mandado judicial. Tinha apenas o endereço de condomínio no bairro Monte Castelo, onde mora a namorada do ex-marido, com quem ele estaria morando.

Acompanhada da oficial de Justiça foi até o endereço. Não havia ninguém no apartamento e a informação que recebeu é que as meninas tinham passado por lá, mas haviam saído com a tia e a avó.

“Fiquei sabendo que ele iria morar aqui com as meninas, já estava vendo matrícula para elas”, contou. Conseguiu localizar o trabalho da namorada dele. “Ela fez escândalo, disse que as meninas não estevam com ela e que era para eu respeitar a dor dela”, disse, referindo-se à internação dele por covid.

A terapeuta acredita que as meninas ainda estão em Campo Grande, na companhia da avó e da tia paterna, que ainda estariam aqui para acompanhar o estado de saúde do advogado.

Por isso, optou em registrar o boletim de ocorrência para encontrar as meninas.

A reportagem entrou em contato em todos os números disponíveis no mandado judicial, sendo da namorada, da irmã e da mãe do advogado, mas não obteve retorno. (Colaborou Bruna Marques).

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