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Cidades

Doença inflamatória intestinal levou 2,7 mil à internação em 10 anos em MS

Número cresce no Brasil, principalmente entre adolescentes e adultos jovens

Por Cassia Modena | 20/06/2025 15:15
Doença inflamatória intestinal levou 2,7 mil à internação em 10 anos em MS
Dor abdominal associada a outros sintomas pode indicar a doença (Foto: Osmar Veiga/Arquivo)

Dor abdominal e diarreia que persistem por mais de um mês podem ser sintomas de doença inflamatória intestinal. Entre 2014 e 2024, 2.761 pessoas foram hospitalizadas para tratá-la em Mato Grosso do Sul. O dado é do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde e foi levantado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

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Doenças inflamatórias intestinais levaram à hospitalização de 2.761 pessoas em Mato Grosso do Sul entre 2014 e 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Doença de Crohn e retocolite ulcerativa são as mais comuns, podendo afetar qualquer parte do sistema digestivo. Tabagismo e sedentarismo agravam os quadros. Diagnóstico precoce, em até seis meses após os primeiros sintomas, como dor abdominal persistente e diarreia, é crucial para o sucesso do tratamento. Adolescentes e jovens adultos são os mais afetados. Frequentemente, há confusão com outras condições, como parasitose intestinal e síndrome do intestino irritável. A colonoscopia é o exame que confirma o diagnóstico. Sangue e muco nas fezes, perda de peso, dores articulares e manchas na pele também podem ser sintomas. No Brasil, as hospitalizações aumentaram 61% no mesmo período, totalizando 173.886 casos.

As doenças inflamatórias intestinais mais comuns são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, que podem afetar qualquer parte do sistema digestivo, da boca ou ânus. As causas ainda são indefinidas, mas sabe-se que o tabagismo e o sedentarismo são fatores agravantes.

O médico coloproctologista Carlos Henrique Marques dos Santos, do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul e do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, explica que o ideal é não esperar muito para procurar um diagnóstico.

"É muito importante que o diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais seja feito no menor prazo possível entre os primeiros sinais sintomas e o diagnóstico, de forma que não passe de três a seis meses", orienta.

O atraso é frequente. "Assim, a chance do tratamento ser bem sucedido é menor. Quando nós tratamos logo no início, os medicamentos tendem a ter um efeito mais rápido e duradouro. Se nós fazemos o tratamento tardiamente, a chance de resposta à medicação é progressivamente menor", continua.

Adolescentes e adultos jovens dos 15 aos 24 anos são os mais afetados pela doença no mundo, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

Confusão - Não raramente as doenças inflamatórias intestinais são confundidas com outros problemas de saúde.

Carlos Henrique dá o exemplo de um paciente que vai até uma unidade básica de saúde num plantão e acaba tendo o tratamento para parasitose intestinal recomendado.

Ou mesmo nas clínicas e consultórios, a confusão pode ocorrer com a síndrome do intestino irritável, que causa sintomas parecidos. "É uma doença funcional, ou seja, não há nenhuma inflamação no intestino, mas as pessoas com essa doença têm dor abdominal, tem diarreia também e muitas vezes eles são tratados como sendo portadores dessa doença, quando na verdade o diagnóstico seria a doença inflamatória intestinal", afirma.

A colonoscopia é o exame capaz de diagnosticar a doença inflamatória intestinal e pode ser pedido por qualquer médico para que seja feito o diagnóstico. Após, um coloproctologista poderá indicar o melhor tratamento.

Outros sintomas - Além de dor abdominal e diarreia, são sinais a presença de sangue nas fezes, de muco e perda de peso.

Menos comuns, mas já observadas em alguns casos, dores nas articulações e manchas na pele também podem sugerir a doença.

No Brasil - Ainda entre 2014 e 2024, a quantidade de hospitalizações no País cresceu 61%, segundo os dados levantados pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia. O total de casos registrados nacionalmente foi de 173.886.

São Paulo (25.175), Maranhão (19.130), Minas Gerais (15.850) foram os estados que lideraram as internações no período.

Apenas de janeiro a fevereiro de 2025, os dados mais recentes do ano divulgados no levantamento, Mato Grosso do Sul registrou 54 pacientes hospitalizados devido à doença inflamatória intestinal.

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