ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, TERÇA  19    CAMPO GRANDE 32º

Cidades

Em júri que réus também são vítimas, tentativa de homicídio é descartada

Em desavença, ex-militar e cabeleireiro trocaram tiros e feriram um ao outro; jurados desclassificaram tentativa de homicídio e caso pode virar lesão corporal; réus/vítimas sentaram-se lado a lado

Silvia Frias | 25/03/2019 18:39
Welinton (esq) e Henrique (dir) sentados no banco dos réus; desavença que acabou no Tribunal do Júri (Foto: Paulo Francis)
Welinton (esq) e Henrique (dir) sentados no banco dos réus; desavença que acabou no Tribunal do Júri (Foto: Paulo Francis)

Sentados lado a lado no banco dos réus, o ex-militar do Exército Henrique Campo Pinto, 30 anos, e o cabeleireiro Welinton Freitas de Souza, 37 anos, foram a julgamento hoje, em Campo Grande. Ambos foram denunciados por tentativa de homicídio, cometida um contra o outro, em 2014 sendo, também, vítimas no processo.

As vítimas/réus responderam por homicídio simples e foram a julgamento pela 2ª Vara do Tribunal do Júri. Na época da pronúncia, ou seja, quando define-se se há elementos para júri popular, o juiz Carlos Alberto GArcete considerou que havia materialidade da tentativa mútua de homicídio simples, e que não foi concretizada por “circunstâncias alheias à sua vontade”, citando os dois réus.

O crime ocorreu no dia 2 de fevereiro de 2014, na Rua Ingra-Doce, Vila Moreninha III, em Campo Grande. Consta na denúncia que os dois já tinham desentendimento anterior já que a ex-namorada de Welinton o havia traído com Henrique.

De acordo com a denúncia, naquela noite, por volta das 20h30, os dois encontraram-se em uma conveniência do bairro e discutiram. Depois da briga, Welinton foi comer lanche ao lado do salão de beleza dele, na Rua Ingra-Doce, quando Henrique passou de motocicleta e atirou, atingindo a vítima na perna esquerda.

Welinton revidou e atingiu Henrique com tiro no pé esquerdo. O ex-militar foi para a casa da sogra e relata que viu o desafeto de moto, armado, que atirou contra ele, mas não o atingiu. Conforme a denúncia, logo depois, Welinton fugiu e Henrique foi preso. Posteriormente, responderam em liberdade ao processo.

A defesa de Welinton alegou legítima defesa e a de Henrique pediu a impronúncia, ou seja, que o réu não fosse levado a julgamento.

Hoje, durante o júri popular, os jurados desclassificaram a tipificação de tentativa de homicídio simples. A juíza em substituição, Denise de Barros Dódero determinou que o MPE (Ministério Público Estadual) deverá se manifestar, em prazo de dias, e questionar se as vítimas querem denunciar um contra o outro por lesão corporal leve ou se o MP vai optar pela suspensão condicional do processo, em que cabe punição alternativa.

Nos siga no Google Notícias