ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 22º

Cidades

Em um ano, empresa alvo do Gaeco recebeu R$ 3,5 milhões

Max Limp forneceu materiais de limpeza para a rede estadual de educação entre 2018 e 2019

Lucia Morel | 19/04/2021 16:29
Escritório da advogada e sócia da empresa, no Jardim São Lourenço, em Campo Grande.(Foto: Henrique Kawaminami)
Escritório da advogada e sócia da empresa, no Jardim São Lourenço, em Campo Grande.(Foto: Henrique Kawaminami)

Pregão investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e que culminou nesta manhã na Operação Clean, mirou a empresa Max Limp Produtos para Limpeza Eirelli, que manteve contrato de R$ 3.593.358,60 com o Governo do Estado até 2019.

A empresa,que tem sede na avenida Marquês de Lavradio, Jardim São Lourenço, em Campo Grande, atendeu tanto a Funsau (Fundação de Saúde) quanto a SED (Secretaria de Estado de Educação) no fornecimento de materiais de limpeza, mas o contrato investigado refere-se apenas ao que foi executado junto à Secretaria de Educação.

Assinado em dezembro de 2018 no valor de R$ 2.637.999,20, houve reajuste em agosto de 2019, quando o montante subiu para R$ 3.297.184,60. A contratação durou apenas os 12 meses previstos no contrato original, sem prorrogação.

Na Funsau, o contrato foi de R$ 296.174,00, sem nenhum aumento realizado durante a vigência, conforme dados do Portal da Transparência do Governo do Estado.

Conforme o Ministério Público Estadual, o foco da operação é apurar suposta prática dos crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção e associação criminosa em relação à contratação da Max Limp junto à SED.

Além disso, servidor público que, em 2017, era encarregado do termo de referência para a deflagração do procedimento licitatório, também está sendo investigado.

Vale ressaltar que o pregão 145/2017 foi aberto pela SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização) em fevereiro de 2017 com vias a garantir o fornecimento de materiais de limpeza para vários órgãos e secretarias do Governo do Estado.

No entanto, dos dois contratos com a Max Limp assinados depois do resultado do pregão, apenas o da Secretaria de Educação é investigado.

A reportagem procurou a SAD, que informou que toda e qualquer informação referente ao caso deve ser tratado diretamente com a SED. Esta, por sua vez, em nota, disse que "cumpriu todos os processos legais, posto que este é um rito formal, regular, público padrão e pautado em orientações e pareceres jurídicos".

Também ressaltou que "certo de que todo os fatos serão esclarecidos, esta pasta de coloca à disposição dos órgãos competentes para as devidas orientações".

OAB - uma das sócias da empresa, Magali Aparecida da Silva Brandão, é a advogada e por isso, a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em MS) acompanhou a ação do Gaeco em seu escritório.

Em nota, "a Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados da OAB/MS, presidida pela Advogada Silmara Salamaia, informa que acompanhou, por determinação judicial em observância à Lei n. 8.906/94 - Estatuto da Advocacia, busca e apreensão em escritório de advocacia na manhã desta segunda-feira".

A Ordem informou ainda que como a investigação não tem relação com o exercício da advocacia por Magali, a OAB/MS não irá comentar detalhes do caso.

Matéria editada às 17h31 para acréscimo de resposta da Secretaria de Educação e às 17h58 para inclusão de informação da OAB.

Nos siga no Google Notícias