Entidade questiona competência de secretário de Saúde que “passou dos limites”
Geraldo Rezende disse hoje que pessoas que defendem "libera geral" deveriam renunciar ao uso de respiradores

A Associação Comercial de Campo Grande manifestou repúdio à declaração do secretário de Saúde, Geraldo Rezende, que criticou hoje quem “advoga” pela liberação de atividades econômicas durante a pandemia do coronavírus. “Passou dos limites aceitáveis em seu posicionamento. A Associação Comercial manifesta repúdio e indignação”, declarou a entidade, presidida por João Carlos Polidoro, por meio de nota envia ao Campo Grande News.
Em live na manhã desta quarta-feira, para divulgação dos dados atualizados da covid-19 em Mato Grosso do Sul, o secretário disse que pessoas que defendem o “libera total” deveriam “assinar termo com a Secretaria, renunciando o uso de respiradores” caso venham a ser infectados pela covid-19.
Para a entidade que representa o comércio de Campo Grande, como homem público, Geraldo Rezende “poderia contribuir mais ao invés de direcionar uma frase de efeito a quem não concorda com suas ideias”.
A Associação Comercial diz que não aceita esse tipo de “provocação”, questiona a competência do secretário diante do avanço da covid-19 e faz um comparativo com as ações adotadas na Capital. “Desde o início da crise, Campo Grande já aumentou em mais de 60% o número de UTIs e o Estado inteiro não conseguiu fazer isso, talvez por desídia ou por falta de capacidade de execução”.
As medidas implantadas pela prefeitura de Campo Grande deveriam ser seguidas como exemplo, na opinião da entidade. “Com a retomada gradativa das atividades econômicas, com estabelecimento de diretrizes, protocolos de biossegurança para garantir a segurança de toda a população, dos colaboradores das empresas, de seus consumidores, e de todos os envolvidos na cadeia de comércio, serviços e indústria”.
Até a postura de Geraldo Rezende como médico é questionada. “Ele fez um juramento de proteger toda a vida, não olhando classe social, posicionamento político, ou a necessidade de sair de casa durante uma pandemia. Ainda vivemos numa democracia e cada pessoa sabe de suas necessidades”, comenta a entidade.
Por fim, a Associação lembra que “é favorável ao cumprimento de todas as determinações do Ministério da Saúde para resguardar a saúde dos colaboradores, clientes e empresários, pois todos nós dependemos das nossas empresas funcionando para manter os empregos e atender a sociedade”