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Cidades

Ex-piloto do PCC, delator é absolvido de associação para tráfico e lavagem

Felipe ficou com a cabeça a prêmio após delação que resultou em ofensiva a braço financeiro da facção

Aline dos Santos | 19/12/2021 08:21
Felipe Ramos Morais foi preso em maio de 2018 pela Polícia Civil de Goiás. (Foto: Mais Goiás) 
Felipe Ramos Morais foi preso em maio de 2018 pela Polícia Civil de Goiás. (Foto: Mais Goiás)

Delator, o piloto Felipe Ramos Morais foi absolvido das denúncias de associação para tráfico e lavagem de dinheiro na Operação Laços de Família, realizada em 25 de junho de 2018, pela PF (Polícia Federal). Nesse mesmo ano, mas em fevereiro, Morais era o piloto do helicóptero que levou lideranças da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para uma emboscada no Ceará.

Preso pela Polícia Civil de Goiás, ele fez acordo de colaboração premiada, que resultou também na Operação Reis do Crime, que foi em busca do braço financeiro do PCC com bloqueio de R$ 730 milhões em contas bancárias. A delação deixou Morais com a cabeça a prêmio.

No processo da Operação Laços de Família, a defesa de Felipe negou as imputações criminosas para o tráfico de drogas e sobre a denúncia de lavagem de dinheiro, requereu o perdão judicial por colaboração premiada.

O MPF (Ministério Público Federal) elencou diversos envolvimentos prévios de Felipe com o tráfico de drogas, incluindo um transporte de grande carregamento de cocaína via helicóptero, que lhe rendeu uma condenação perante a Justiça Federal do Ceará.

Noutro ponto, a acusação apresentou relatórios de movimentação bancária do piloto e sua empresa. Foram quase R$ 3 milhões em cerca de cinco anos, sendo maior parte das operações de crédito vinculadas a pessoas não identificadas. Deste total, mais de R$ 500 mil vieram de Mundo Novo, em dinheiro vivo. O MPF identificou evolução patrimonial injustificada: patrimônio de R$ 19,5 milhões e rendimento declarado de R$ 12 mil mensais.

O piloto foi absolvido nas duas denúncias por falta de provas. Na sentença de 478 páginas, o juiz da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, Bruno Cezar da Cunha Teixeira, condenou 15 pessoas, com penas de três anos a 61 anos.

Com o fio da meada em passeio de Ferrari avaliada em R$ 600 mil no rodeio de Mundo Novo, a Operação Laços de Família impôs a maior pena para o subtenente Silvio Cesar Molina Azevedo, policial militar afastado. Os crimes são tráfico de maconha e lavagem de dinheiro. As redes sociais da família Molina mostravam o estilo ostentação, com veículos de luxo, viagem para Europa e festas de arromba.

De acordo com a sentença, a maconha era levada principalmente para o Nordeste brasileiro. Na faixa de fronteira com o Paraguai, o quilo da droga era comprado por R$ 100. No Nordeste, o mesmo quilo valia R$ 600.

O pagamento era em veículos de luxo, dinheiro e joias. A Justiça Federal decretou o perdimento do expressivo patrimônio: R$ 490 mil em dinheiro, joias avaliadas em R$ 81.334, relógios, duas estâncias, lote em Mundo Novo, apartamentos em Fortaleza e Campinas, três caminhões e outros 26 veículos. A investigação apreendeu 27 toneladas de maconha. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Felipe Morais.

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