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Cidades

Já faltam sedativos e antibióticos para pacientes com covid no HR

Empresas fornecedoras não conseguem produzir medicação suficiente para atender a demanda

Gabriela Couto e Paula Maciulevicius Brasil | 09/03/2021 10:24
Todos os 118 leitos de UTI para covid do Hospital Regional estão ocupados nesta terça-feira (Foto Divulgação)
Todos os 118 leitos de UTI para covid do Hospital Regional estão ocupados nesta terça-feira (Foto Divulgação)

Sedativos e alguns antibióticos que são utilizados para o tratamento de pacientes internados com covid estão em falta no mercado. “As indústrias não têm condições de fabricar com volume que precisamos. Está em falta no Hospital Regional, como também falta no Albert Einstein e Sírio Libanês em São Paulo. A situação é a mesma em todo país. Mas quanto ao oxigênio, não temos previsão de problema ainda”, destacou o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende.

Segundo ele, o procedimento tem sido substituir a medicação por outros remédios que podem fazer o mesmo efeito. “Estamos fazendo tudo o possível. Nossa equipe continua altamente envolvida para evitar mais mortes em Mato Grosso do Sul.”

A diretora presidente do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Rosana Leite de Melo, afirmou que reuniões realizadas ontem (08) durante todo o dia serviram para tentar minimizar a questão dos medicamentos que podem faltar nos próximos dias.

“As empresas que fornecem sedativos e alguns antibióticos estão com o estoque cada dia menor e o consumo dos pacientes com covid desses remédios é cinco vezes maior do que o que não tem a doença. Nossos estoques duram dez dias e as indústrias estão na capacidade máxima. Não terão condições de produzir e nos fornecer”, explicou Rosana.

Ela também tranquilizou a população em relação a questão de oxigênio no Estado. A previsão é que o quadro caótico registrado em Manaus (AM) não irá se repetir em Campo Grande. “A empresa contratada para fornecer oxigênio nos confirmou que teremos o suficiente para atender os pacientes. A nossa preocupação mesmo é a quantidade de medicações como relaxantes musculares e alguns antibióticos”, explicou.

Mas, se não houver mudanças até o final da semana o Hospital Regional pode chegar a um dos momentos mais críticos da pandemia até aqui. Hoje a unidade referência para o tratamento da doença está com 5% a mais do limite de capacidade. Todos os 118 leitos de UTI’s (Unidades de Terapia Intensivas) estão ocupados e nove pacientes aguardam leito na sala vermelha do hospital.

“Eles estão em uma área intermediária com ventilador e cuidados intensivos. Não é um leito de CTI, mas os cuidados são os mesmos”, justificou. Rosana acredita que a nova cepa P1 está circulando desde janeiro deste ano. “Estão vindo pacientes com aumento maior de infecção, cerca de duas a três vezes mais fortes e que evoluem para ventilação mecânica extremamente de forma precoce.”

A taxa de letalidade da doença também  parece estar maior, segundo ela. “Estamos colhendo o que aconteceu há sete, dez dias. Os pacientes são mais jovens, com 30 a 40 anos. Chegam aqui e já apresentam um quadro muito ruim. O momento agora é para ficar em casa. Evitar situações que não sejam o trabalho”, recomendou.

O hospital também está com a equipe defasada e não há inscritos para as vagas que estão abertas. Com isso toda a equipe fica sobrecarregada e tem funcionários até mesmo desistindo de continuar a batalha. “Estão extremamente decepcionados e deprimidos. Alguns a base de medicações. Saímos do plantão e no caminho de casa encontramos pessoas se aglomerando nas ruas, fazendo festas, comemorando não sei o que? Por isso não podemos julgar os profissionais. É triste demais ver pessoas colocando a vida em risco.”

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