No 1º mês, 40 registraram em cartório desejo de doar órgãos após a morte
Número é pequeno perto do tamanho da fila por transplantes no Brasil, que tem hoje ao menos 42 mil pessoas

No primeiro mês de validade do documento digital que certifica oficialmente a vontade da pessoa em ser doador de órgãos, 40 registros foram feitos nos cartórios de Mato Grosso do Sul. No Brasil, foram 4.447 registros.
A Aedo (Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos) passou a ser disponibilizada pelos cartórios de notas do Estado e outros cerca de 8 mil no país há um mês. O certificado fica disponível em plataforma para o acesso dos profissionais de saúde de todo o Brasil, que tem pelo menos 42 mil pessoas na fila por transplantes. Atualmente, mais de 500 crianças aguardam por um novo órgão.
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De acordo com dados públicos do Sistema Nacional de Transplantes, no ano passado, 3 mil morreram à espera de um órgão.
A formalização da vontade de doar órgãos por meio de um documento oficial é feita de forma on-line e gratuita diretamente no site www.aedo.org.br.
“Completamos um mês de Aedo, uma iniciativa de extrema importância para avançarmos no compromisso de toda a sociedade com a doação de órgãos. Então, quem deseja doar seus órgãos após a morte não deve deixar de registrar eletronicamente esse desejo, para que seus familiares tenham ciência disso e possam concluir essa vontade. Um procedimento simples, mas que ajuda a salvar vidas”, destacou o presidente da seção sul-mato-grossense do CNB (Colégio Notarial do Brasil), Elder Gomes Dutra.
Regulamentada pelo Provimento nº 164/2024 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a Aedo pode ser consultada via CPF do falecido, pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde diretamente na Central Nacional de Doadores de Órgãos.
Para fazer a autorização, o interessado preenche um formulário no site www.aedo.org.br, que é recepcionado pelo Cartório de Notas selecionado. Em seguida, o tabelião agenda uma sessão de videoconferência para identificar o interessado e coletar a sua manifestação de vontade. Por fim, o cidadão e o notário assinam digitalmente o documento.
O acesso à página pode ser feito a qualquer dia ou horário, por qualquer dispositivo com acesso à internet. Na plataforma, a pessoa pode ainda manifestar quais órgãos deseja doar – medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou todos.
A lei brasileira autoriza a doação em caso de morte encefálica, mas a família do doador precisa autorizar a retirado dos órgãos para fins de transplantes. Por isso, é importante deixar familiares cientes. Agora, com a Aedo, a manifestação de vontade fica registrada dentro de uma base de dados acessada pelos profissionais da área, que terão em mãos a comprovação do desejo do falecido para apresentar aos familiares no momento do óbito.
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