ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 31º

Cidades

Pais entram em fila de espera diante da adesão em massa às aulas presenciais

Famílias já pressionam escolas e poder público a aumentar o percentual de lotação máxima ou diminuir distanciamento nas salas

Paula Maciulevicius Brasil | 08/02/2021 13:36
Crianças assistem aula com distanciamento em colégio da Capital (Foto: Divulgação)
Crianças assistem aula com distanciamento em colégio da Capital (Foto: Divulgação)

Os portões das escolas particulares da Capital estão vendo muito mais alunos adentrando neste início de ano em comparação aos últimos meses de 2020, quando os decretos municipais permitiram o retorno das aulas presenciais. Agora, com adesão em massa dos pais, existe até escola com fila de espera para acomodar os estudantes nas salas.

Diretora da Educação Infantil do Colégio Harmonia, Talita Martins, fala que a diferença é gritante. Enquanto 50% a 60% dos alunos voltaram às aulas presenciais entre os meses de setembro e outubro, quando a prefeitura autorizou, agora em 2021 o percentual saltou para 95%.

"São vários fatores que justificam essa procura, o primeiro deles tem a ver com o repertório que as famílias tiveram perante o retorno de 2020, mais que fossem só três meses, eles puderam ver como as escolas estavam funcionando e os procedimentos", explica a diretora.

Movimentação de pais e do sindicato que representa escolas particulares é para aumentar o percentual de capacidade máxima estabelecido em decreto. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Movimentação de pais e do sindicato que representa escolas particulares é para aumentar o percentual de capacidade máxima estabelecido em decreto. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

Dentro do repertório, nome que Talita dá ao contexto que os pais puderam analisar da volta, também está a forma como o vírus se comporta dentro da escola e as recomendações da própria Sociedade Brasileira de Pediatria, além da chegada da vacina.

"As pesquisas falam que crianças quase não pegam e pouco transmitem. Foram pouquíssimos os casos que tivemos entre alunos. Tivemos sim de funcionários, mas também em uma proporção muito pequena", descreve Talita.

A diretora também atribui a volta em massa ao prejuízo que crianças tiveram durante todo o tempo de aulas on-line. "As famílias entenderam o quanto esses meses fora da escola trouxeram prejuízo para as crianças. Não só do ponto de vista pedagógico, mas social e emocional", afirma.

As escolas já têm percebido uma movimentação dos pais em levar até a prefeitura e órgãos competentes a possibilidade de um aumento do limite de lotação das escolas, que hoje está estabelecido em 50% da capacidade predial na Educação Infantil, incluindo alunos e funcionários que ficam ao mesmo tempo na escola e 30% dos ensinos Fundamental e Médio.

Volta às aulas presenciais aconteceram de forma gradativa, a partir de setembro do ano passado. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Volta às aulas presenciais aconteceram de forma gradativa, a partir de setembro do ano passado. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

"Percebemos uma movimentação pela necessidade do aumento da capacidade predial e também diminuir um pouco o distanciamento. Porque quando você vai fazer um cálculo de 1,5m somando cadeira, mesa, crianças e mobiliário que têm dentro da sala de aula, mas a professora, a quantidade de pessoas dentro de uma sala fica muito reduzida. Às vezes são espaços ventilados que poderiam comportar mais crianças se conseguíssemos trabalhar com um distanciamento menor", exemplifica Talita.

Dentro das limitações, a escola está trabalhando com rodízio entre aulas presenciais e on-line, no Ensino Fundamental 2 e Médio, e está até com fila de espera para retorno presencial.

"Tem os pais que fizeram a matrícula antes e aqueles que deixaram para mais próximo do início das aulas e nós precisávamos garantir tanto ensino remoto como presencial para conseguir atender as famílias da melhor forma", comenta.

Foram diversas reuniões entre representantes das escolas particulares, Ministério Público e sindicato que representa escolas particulares. (Foto: Arquivo/Ana Paula Chuva)
Foram diversas reuniões entre representantes das escolas particulares, Ministério Público e sindicato que representa escolas particulares. (Foto: Arquivo/Ana Paula Chuva)

Reunião com Prefeitura - Está programado para a primeira semana de março uma reunião do Sinep (Sindicato das Escolas Particulares) com a Prefeitura de Campo Grande. A pauta será o pedido de ampliação da capacidade máxima das escolas particulares.

Segundo levantamento feito pelo sindicato na primeira semana de volta às aulas, houve adesão maior das famílias às aulas presenciais, em parte pela proximidade da vacinação, no entanto, as escolas ainda estão trabalhando com os parâmetros dos decretos do ano passado.

"Teremos essa reunião com a prefeitura para aumentar o número de alunos, porque as escolas estão voltando com os mesmos decretos que encerraram o final do ano e quais são os critérios que devem ser observados: distanciamento e que a escola cumpra seu plano de biossegurança", diz a presidente do Sinep, Maria da Glória Paim Barcelos.

Na escola Nova Geração, a maioria dos pais também optaram pelo presencial, apenas um pequeno percentual segue em casa, com ensino on-line, por ter familiares com comorbidades ou algum problema específico, segundo informou a direção da escola.

O percentual de retorno presencial que ano passado ficou em 50%, agora chegou a 70%. "Os pais confiam justamente no cumprimento das determinações da prefeitura e nas questões de biossegurança da escola", fala o diretor de marketing do Nova Geração, Victor Safar.

Famílias - Engenheira, Luana Rotta, de 35 anos, é uma das mães que saíram do ensino on-line para o presencial. As duas filhas dela, de 8 e 4 anos, terminaram 2020 em casa, mas o ano letivo de 2021 começou na escola.

"Uma das coisas que me deixou tranquilizada foi a questão do índice de contaminação de estar diminuindo e eu me senti mais segura, porque também vi que a maioria dos pais está voltando", afirma.

A filha mais velha não sentiu tanto, mas a caçulinha estava pedindo muito para voltar à escola. "Tem toda a questão de socialização, então foi bem legal para ela a volta", completa.

A principal preocupação de Luana foi com o cumprimento das questões de biossegurança. "Acompanhei de perto a higienização e tudo mais, me senti segura em ver que estão fazendo tudo para receber o aluno com segurança", resume.

Nos siga no Google Notícias