PM preso por explorar jogatina repassava dados sigilosos à quadrilha dos Razuk
Grupo criminoso ainda mantinha dois sites de apostas online, conforme o Gaeco
O policial militar Anderson Lima Gonçalves, que atua em Ponta Porã, está entre os presos da quarta fase da Operação Successione, deflagrada ontem pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Segundo a investigação, o sargento repassava informações sigilosas ao grupo criminoso chefiado pela família Razuk, mediante pagamento de propina.
RESUMO
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Um policial militar de Ponta Porã foi preso durante a quarta fase da Operação Successione por repassar informações sigilosas a uma organização criminosa especializada em jogo do bicho. O sargento Anderson Lima Gonçalves acessava sistemas restritos de segurança pública e transmitia dados mediante pagamento de propina. A operação, deflagrada pelo Gaeco, resultou na prisão de 20 pessoas, incluindo Roberto Razuk e seu filho Jorge Razuk Neto, que operavam sites de apostas online. A quadrilha pretendia assumir o controle do jogo do bicho em Goiás e tentou participar de licitação da loteria estadual através de empresa fictícia.
Segundo o pedido de prisão preventiva formulado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, o policial acessava sistemas restritos de segurança pública, como o Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional) e o Infoseg (Rede de Integração Nacional de Informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização), e transmitia os dados à organização conforme as solicitações.
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De acordo com o documento, foram feitos levantamentos sobre pessoas que seriam vítimas de extorsão e, por meio da atuação do sargento, chegou a ser articulada a liberação de um indivíduo preso na fronteira do Brasil com o Paraguai. A ação, executada “em favor do grupo”, teria sido determinada por Gilberto Luís dos Santos, apontado como gerente da quadrilha. Coube ao policial negociar o valor da propina para liberar o detido pela polícia paraguaia.
Embora não haja mais detalhes sobre sua participação, a decisão judicial que embasou as prisões traz novas informações sobre o grupo, que pretendia assumir o controle do jogo do bicho em Goiás — como o Campo Grande News já havia revelado em fases anteriores da operação.
Nesta etapa, segundo o documento, “logrou-se apurar a dimensão da organização criminosa, obtendo-se informações que explicitaram a existência de outros integrantes que não fizeram parte da primeira operação e de uma nova gama de crimes por eles praticados”.
Online – A quadrilha mantinha dois sites de apostas online. Um deles era operado por Jorge Razuk Neto, filho de Roberto Razuk, 84 anos, e irmão do deputado estadual Roberto Razuk Filho, o “Neno Razuk”, apontado como líder do esquema ao lado do pai, que teve prisão domiciliar decretada ontem.
O outro site era controlado por Sérgio Donizete Baltazar, dono da Criativa Technology, em Dourados. Enquanto o processo licitatório esteve aberto, a empresa concorreu para assumir a Lotesul, loteria oficial do Estado.
Segundo o Ministério Público, a Criativa Technology “era apenas uma empresa fictícia, existente só no papel”, criada para viabilizar a participação da quadrilha na licitação milionária. A ausência de estrutura física e de pessoal teria evidenciado a fraude, assim como o financiamento das custas processuais por Roberto Razuk, fato já noticiado pela imprensa.
Foram presos nesta fase: Roberto Razuk, Rafael Godoy Razuk, Jorge Razuk Neto, Sérgio Donizete Baltazar, Flavio Henrique Espíndola Figueiredo, Jonathan Gimenez Grance (“Cabeça”), Samuel Ozório Júnior, Odair da Silva Machado (“Gaúcho”), Gerson Chahuan Tobji, Marco Aurélio Horta, Anderson Lima Gonçalves, Paulo Roberto Franco Ferreira, Anderson Alberto Gauna, Willian Ribeiro de Oliveira, Marcelo Tadeu Cabral, Franklin Gandra Belga, Jean Cardoso Cavalini, Paulo do Carmo Sgrinholi, Willian Augusto Lopes Sgrinholi e Rhiad Abdulahad.
Segundo apurou a reportagem, fora Roberto Razuk, que cumpre prisão em casa, os demais tiveram a preventiva mantida nas audiências de custódia realizadas hoje.
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