Por máscaras cirúrgicas, enfermeiros apelam para troca com população
Com desabastecimento de EPIs, profissionais contam com boa vontade de quem conseguiu adquirir o item no começo da pandemia

Diante da situação de desabastecimento mundial de itens necessários para atender pacientes com o novo coronavírus, profissionais da enfermagem de Mato Grosso do Sul apelam para população para trabalharem com segurança.
Eles organizam troca de máscaras simples, de tricoline, pelas cirúrgicas, fabricadas com TNT de gramatura 50 ou 80, consideradas mais seguras para quem está na linha de frente no combate à doença.
Considerado parte dos itens de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) dos profissionais da saúde, especialmente durante período de pandemia, as máscaras cirúrgicas estão em falta, até mesmo porque países responsáveis pela fabricação, como a China, se voltaram para o mercado interno justamento por aumento da demanda decorrente da covid-19.
A iniciativa do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) deve começar na prática no dia 13 de março e propõem uma troca com a população em geral. “No desespero, muitas pessoas acabaram comprando caixas de máscara logo no começo da pandemia e isto ajudou a desabastecer os hospitais”, explicou a vice-presidente da entidade, a enfermeira Helena Delgado.
Pessoas que tiverem adquirido máscaras de TNT com gramatura de 50 e 80, ou até mesmo máscaras n95, poderão trocar máscaras de tricoline. O sindicato mandou fabricar os itens para fazer a campanha. “Dentro do hospital a gente não pode usar a máscara de tecido, mas a população consegue utilizar”, explicou a enfermeira.
Segundo ela, as máscaras que serão entregues aos doadores podem ser lavadas e reutilizadas com os mesmos efeitos. “É só deixar de molho na água sanitária durante 30 minutos e depois voltar a usar”, orientou. Quem atender ao pedido poderá levar de duas a três máscaras em troca de uma caixa da versão cirúrgica.
Quem tiver interessado em realizar as trocas pode entrar em contato pelos seguintes telefones: (67) 3028-7499 ou (67) 30287399. O profissionais de dispõem a retirar os itens no local que o doador preferir.
N95 – Há nas ruas muitas pessoas utilizando as máscaras n95. Com maior grau de proteção, o item é recomendado para profissionais de saúde, em casos específicos. A máscara cirúrgica é mais recomendada para prevenir a propagação de gripes e resfriados, pois filtra partículas em apenas um sentido, retendo o que é emitido por quem a utiliza.
Já a máscara N95 é capaz de garantir proteção em dois sentidos, porque tem um filtro de ar que bloqueia pelo menos 95% das partículas em suspensão e ajuda na proteção contra doenças por transmissão aérea, como o coronavírus.
“É uma máscara que você usa quando o paciente já está entubado. Muita gente comprou desta e eu estou vendo que eles estão usando na rua. Mas é uma máscara utilizada apenas dentro de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), quando a transmissão deixa de ser por gotícula e passa a ser por aerossol”, explica Helena.