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Cidades

Postos ficam lotados, com aumento de 60% no número de atendimentos

De uma média de 300 pacientes por dia, as UPAs têm registrado até 480 atendimentos

Lucia Morel e Danielle Errobidarte | 17/03/2020 13:06
Postos ficam lotados, com aumento de 60% no número de atendimentos
Muitas pessoas que agurdavam atendimento em UPA já usavam máscaras (Foto: Paulo Francis)

Muitas pessoas com máscaras e aumento de pelo menos 60% nos atendimentos. Assim estão os postos de saúde de Campo Grande devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A tendência, segundo o coordenador de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Yama Higa, é que a situação piore.

De uma média de 300 pacientes por dia, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) têm registrado até 480 atendimentos no período. Para o coordenador, a situação tende a se agravar, com cada vez mais atendimentos, conforme a pandemia avança. “Dentro de duas a três semanas vai estar mais cheio”.

Ate às 9h40 da manhã de terça-feira, oito pessoas estavam em observação nas unidades de saúde 24 horas com suspeita de coronavírus. “Desde a semana passada houve aumento grande de pessoas que buscam atendimento com suspeita de coronavírus, mas só começamos a contabilizar, de fato, hoje”, disse.

As pessoas em observação estão com sintomas como tosse ou coriza,e algumas com dificuldade respiratória. Mas segundo Higa, muitas pessoas que não apresentam sintomas estão procurando os postos, o que tem lotado as unidades.

“Pessoas assintomáticas não precisam procurar as unidades de saúde. Temos que focar naqueles que realmente precisam de atendimento”, disse.

Na UPA Coronel Antonino, pelo menos 70 pessoas aguardavam atendimento por volta das 12h30. Um deles é um rapaz de 27 anos que não quis se identificar. Ele está com suspeita de coronavírus e foi encaminhado da rede privada para a pública porque não havia mais kits de teste no plano de saúde que o atende.

“Me mandaram para cá porque disseram que aqui era certeza que ainda tinha kits para exame”, comentou. Ele utilizava uma máscara azul para evitar o contágio de outras pessoas e aguardava para fazer a coleta de sangue.

Postos ficam lotados, com aumento de 60% no número de atendimentos
Paciente com suspeita aguardava para fazer a coleta de sangue (Foto: Paulo Francis)

Com sintomas de tosse e coriza, ele foi atendido em hospital privado, passou por médico e ao ir ao laboratório fazer exame, foi informado de que os kits de teste acabaram. “Acho que os casos vão aumentar sem nem a gente saber, porque não tem mais testes nos laboratórios”, avalia.

Segundo o coordenador de urgência e emergência da Sesau, a indicação de exames na Capital é para pessoas que tenham tido contato direto e íntimo com quem foi diagnosticado com o coronavírus ou que esteve em viagem pelos locais onde há mais casos.

Maria Aparecida da Silva Borges, de 51 anos, acompanhava o marido na UPA e estava assustada com a quantidade de pessoas com máscara. “Isso causa pânico”, sustentou. Ela comentou ainda que as pessoas têm usado de forma equivocada o utensílio, que deveria ser utilizado somente em pessoas suspeitas ou diagnosticadas com a doença.

O marido dela está com dengue, o que a deixou ainda mais apreensiva. “Tenho medo porque ele já está com uma doença, então está no grupo de risco”, comentou.

Mato Grosso do Sul tem quatro casos confirmados de Covid-19.

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