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Cidades

Preso com meio milhão em esmeraldas não sabia o endereço da própria empresa

Dos três flagrados com pedras preciosas, dois são sócios de empresa de moeda digital

Aline dos Santos | 08/12/2021 09:10
Esmeraldas (à direita) estavam em carro de luxo que foi vistoriado pela PRF. (Foto: Divulgação/PRF)
Esmeraldas (à direita) estavam em carro de luxo que foi vistoriado pela PRF. (Foto: Divulgação/PRF)

A apreensão de mais de dois quilos de esmeraldas em Rio Brilhante, avaliados em R$ 508 mil, acendeu suspeita de lavagem de dinheiro. Um fato, em especial, chamou a atenção do MPF (Ministério Público Federal): um dos presos em flagrante não soube informar o endereço da própria empresa.

“Nesse ponto, o Parquet Federal ressaltou que, da simples leitura do depoimento prestado por Cláudio Barbosa, constata-se a existência de indícios de que a empresa Victory seja 'de fachada' ou, ainda, uma empresa fantasma, havendo, inclusive, suspeitas de que Claudio seja um 'testa-de-ferro' (não soube informar o endereço de sua empresa)”.

O flagrante foi em 20 de agosto deste ano. Na ocasião, durante fiscalização no posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal), as pedras preciosas foram encontradas num modelo de luxo da Mercedes-Benz.

Os policiais constataram que a nota fiscal das esmeraldas era inidônea. Além disso, os indiciados não apresentaram a concessão de lavra ou guia de utilização emitida pela Agência Nacional de Mineração.

Claudio Barbosa, o sócio Fabiano Lorite e Jean Pessoa de Souza foram presos por falsidade ideológica e por explorar matéria-prima da União sem autorização legal. Na sequência, a 2ª Vara da Justiça Federal de Dourados homologou a liberdade provisória dos três. Mas com a suspeita de branqueamento de capitais, houve remessa para a 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, especializada em crime de lavagem de dinheiro.

“No que tange às declarações de Fabiano Lorite (sócio de Cláudio), aduz que ele apresentou outras informações que sinalizam para a possível prática do crime de lavagem de capitais, além de contradições com o depoimento prestado por Cláudio Barbosa”.

Na última sexta-feira (dia 3), o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira negou pedido de Fabiano Lorite de Lima para devolução de passaporte, pois viajaria para a Espanha, a negócios.

“Os elementos dão indicativos sérios de que se trata de atividade (criminosa) de importante porte, pelo relevante volume de pedras preciosas que foram encontradas em flagrante na região de Dourados/MS, fatos em tudo incompatíveis com a empresa e sua(s) declarada(s) atividade(s), somenos na singeleza desta avaliação. Ademais, o flagrante aconteceu a 100km da fronteira com o Paraguai, o que robustece o risco concreto considerado já de antemão para as cautelares”, informa a decisão.

A Justiça também já autorizou que a PF (Polícia Federal) acesse os dados telefônicos dos celulares apreendidos.

Em junho deste ano, matéria disponível na internet detalha que Fabiano Lorite teve uma saga de sucesso, alcançado com o marketing multinível. Ele e Claudio são sócios de empresa que atua no segmento de criptomoedas.

De acordo com a advogada Talesca Campara de Souza, as pedras preciosas possuem origem lícita e comprovada por nota fiscal.  “A empresa Trust Investing nada tem a ver com os fatos objeto da investigação. Os investigados são empresários e não possuem qualquer relação com possível lavagem de dinheiro ou qualquer outro crime. No curso da investigação, sua inocência será provada”, informa a defesa.

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