Projeto obriga Hino Nacional e volta da disciplina de OSPB em escolas de MS
Projeto foi aprovado em primeira votação e tem por objetivo o resgate de ações de civismo em escolas da rede pública
Projeto aprovado em primeira votação na Assembleia Legislativa institui “ações de resgate do civismo” nas escolas estaduais, entre elas, hasteamento da bandeira nacional e a volta das disciplinas de EMC (Educação Moral e Cívica) e OSPB (Organização Social e Política Brasileira).
Nas ruas, há quem acredite que a obrigatoriedade seja indício de normas ditatoriais ou, para outros, fatores importantes para o retorno dos bons costumes nas escolas.
O projeto é do deputado estadual Renan Contar (PSL) e ainda passará por segunda votação. Na justificativa, “há muito o que se fazer para resgatar o sentimento de nacionalidade” e ainda cita passagem da Bíblia: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso, não se desviará dele”.
O parlamentar avalia que é flagrante a falta de civismo entre os jovens e que isso se reflete na falta de identidade nacional, valores, amor e respeito ao País. A volta das disciplinas EMC e OSPB “preencherá lacuna educacional e a consolidação do caráter cívico, cultural, social e político das futuras gerações (...)”.
Opinião – O vendedor Isack Barbosa, 52 anos, lembrou que era obrigado a cantar o hino nacional na escola e que gostaria que o neto passasse pela experiência. Mas, apesar disso, acredita que não deve ser obrigatório. “Forçar, tornar obrigatório, não é democracia”.
O vendedor Rosângela da Silva Leão, 48 anos, disse que, se for para melhorar a educação, apoia, mas acha que hoje em dia as pessoas querem empurrar a responsabilidade para a escola. “Disciplina pode ajudar, mas tem que se espontânea”.
O auxiliar de escritório Lucas Ferreira da Silva, 20 anos, acha que um projeto como esse “reforça o militarismo nas escolas” e que há problemas mais importantes para os deputados discutirem nesse momento, como saúde, educação e segurança. “Para mim, isso já está beirando a ditadura”.
Para o taxista Jurandir dos Santos Dourados, 48 anos, é preciso voltar a cantar o Hino Nacional nas escolas e apoia o retorno das disciplinas. “Tem que ensinar o que presta para essas crianças, hoje em dias as pessoas não tem mais respeito”.
“Tem que ter temor e obediência”, disse o autônomo Cícero da Silva, 55 anos. “Hoje existe uma libertinagem e falta de respeito implantada nas escolas, tem que botar freio nessa gurizada”. Ele acredita que a falta de valores cívicos faz com que as pessoas se “inclinem para o mal”. (Colaborou Leonardo Rocha)