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Cidades

Sábado foi de "amanhecer" na fila para quem precisa de auxílio de R$ 600

Dezesseis agências ficam abertas hoje para pagar o benefício e tirar dúvidas da população

Lucia Morel e Liniker Ribeiro | 02/05/2020 08:29
Fila chegava à rua 14 de Julho nesta manhã. (Foto: Kísie Anoiã)
Fila chegava à rua 14 de Julho nesta manhã. (Foto: Kísie Anoiã)

Fila quilométrica já se formava em volta de agências da CEF (Caixa Econômica Federal), antes mesmo da abertura, às 8 horas, para pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00 do governo federal. Hoje, 16 agências estão abertas em Mato Grosso do Sul.

Na mais central delas, na rua 13 de Maio, as pessoas circundavam o prédio, fazendo um “U” e chegando até a rua 14 de Julho.

O primeiro da fila, Flávio Cabral Pires, 42 anos, chegou às 3 horas para garantir ser um dos primeiros atendidos. Desempregado, ele tem feito “bicos” para conseguir algum dinheiro extra, segundo contou à reportagem.

“Estou cuidando da casa de uma pessoa, que me paga para isso”, disse, mas como o dinheiro não é suficiente para sustentar a ele e mãe, que moram na mesma casa, tentou o auxílio. “Esse dinheiro vai ajudar muito. Vou fazer compras para a casa e pagar algumas contas”, afirmou.

A segunda da fila chegou à agência às 3h30 e veio de Rochedo. Catarina Silva Mendes, 47 anos, fez o cadastro pelo aplicativo do auxílio emergencial, mas teve problemas e precisou vir a Campo Grande para resolver, já que em sua cidade não há agência da CEF.

Primeiros da fila chegaram ainda de madrugada, por volta das 3 horas. (Foto: Kísie Anoiã)
Primeiros da fila chegaram ainda de madrugada, por volta das 3 horas. (Foto: Kísie Anoiã)

“Eu e meu esposo decidimos vir mais cedo justamente pra eu poder ser uma das primeiras atendidas. Quanto mais cedo eu for atendida, mais cedo eu volto pra casa”, disse.

O marido dela é corretor de imóveis, mas está parado e ela está desempregada, vendendo alguns produtos como perfumes e lingerie para poder fazer um dinheiro extra. “Esse dinheiro, se vier, vai servir pra ajudar a  pagar contas. Só de aluguel eu pago R$ 500,00”, contou.

Na metade da fila, bem no meio da quadra da rua Cândido Mariano, Reginaldo Dias, 39 anos, autônomo, chegou às 5h30 e já não conseguiu ser um dos primeiros. “Eu vim cedo pra não correr o risco de não ficar muito longe e por medo de não ser atendido”, disse.

Desempregado há sete meses, Reginaldo contou ainda que está desde o começo do auxílio tentando sacar o benefício, mas enfrentou problemas com o aplicativo dando erros. Mas agora, que conseguiu, “esse dinheiro vai ajudar a pagar água, energia e fazer algumas compras pra casa”, afirmou ele, que mora com a esposa, que é costureira e dois netos de 14 e 6 anos de idade.

O primeiro da fila, Flávio Cabral Pires, 42 anos, chegou às 3 horas para garantir ser um dos primeiros atendidos. (Foto: Kísie Anoiã)
O primeiro da fila, Flávio Cabral Pires, 42 anos, chegou às 3 horas para garantir ser um dos primeiros atendidos. (Foto: Kísie Anoiã)

Última da fila por alguns segundos, Angelita Pinto estava na rua 14 de Julho. Pedagoga, ela mora com uma sobrinha que é atendente de telemarketing, mas que está desempregada também.

Ela foi de Uber até a agência e saiu de casa às 7h20 da manhã. “Achei que iam ter só umas 10 pessoas na minha frente”, disse. No entanto, afirmou que vai ficar na fila e enfrentar a espera. “Vou ter que encarar, porque segunda-feira eu também vim pra sacar, mas não consegui”, contou.

Com ela, o aplicativo também deu erros e não conseguiu sacar na agência de outro banco que ela cadastrou no aplicativo. “O app gera um código pra sacar, mas na hora que digito o código não funciona e o jeito foi vir na Caixa mesmo”, lamentou.

Outras agências da CEF na avenida Afonso Pena com a rua Bahia e na Afonso com a Via Park também estavam lotadas, com filas imensas. As agências ficam abertas hoje até 14 horas.

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