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Cidades

Whisky avaliado em R$ 20 mil vai a leilão após ser apreendido com traficante

Juiz autorizou alienação antecipada de garrafa confiscada na Operação Sanctus para evitar deterioração

Por Silvia Frias | 01/09/2025 09:11
Whisky avaliado em R$ 20 mil vai a leilão após ser apreendido com traficante
Descrito como "obra-prima", whisky personifica a tradição da destilaria Hankey Bannister (Foto ilustrativa)

A Justiça Federal de Campo Grande autorizou o leilão antecipado de uma garrafa de whisky da marca Hankey Bannister, 40 anos, 700 ml, avaliada em R$ 20 mil no mercado. O item foi apreendido durante a Operação Sanctus, contra os irmãos Hermógenes Aparecido Mendes e Ronaldo Mendes Nunes, que figuram em processo de tráfico internacional de drogas.

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A Justiça Federal de Campo Grande autorizou o leilão antecipado de uma garrafa de whisky Hankey Bannister de 40 anos, avaliada em R$ 20 mil. O item foi apreendido durante a Operação Sanctus, que investigava uma quadrilha internacional de tráfico de drogas liderada pelos irmãos Hermógenes Mendes e Ronaldo Mendes Nunes. A decisão foi tomada pelo juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, que considerou as condições inadequadas de armazenamento e os riscos de depreciação do bem. Hermógenes está preso desde dezembro de 2023, enquanto seu irmão Ronaldo permanece foragido. A organização criminosa operava em Dourados, utilizando rotas do Paraguai para transportar cocaína em pneus de caminhões e colchões adulterados.

O pedido de alienação antecipada do Hankey Bannister, 40 anos, Blended Scotch Whisky 700 ml, foi protocolado em julho de 2025 na 5ª Vara da Justiça Federal. A decisão que deferiu a alienação antecipada é de 29 de agosto, publicada hoje no Diário Oficial da União.

A solicitação se baseia no artigo 144-A do Código de Processo Penal, segundo o qual “o juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção".

Em pesquisa em sites especializados e no comércio em geral, a garrafa de whisky Hankey Bannister, de 40 anos, pode ser encontrada por valores entre R$ 18,5 mil e R$ 20.979,00. Na descrição em um deles, consta como “uma obra-prima destilada que personifica a tradição, o requinte e a excelência da destilaria Hankey Bannister”. A bebida apresenta “notas de frutas maduras, caramelo suave, especiarias sutis e um toque de carvalho defumado (...)”.

O juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini avaliou que, mesmo antes do resultado final da ação, o trânsito em julgado, a alienação atende aos interesses público e particular, já que o bem será vendido a preço condizente com seu atual valor de mercado e o dinheiro ficará em conta à disposição do juízo, acrescido de atualização monetária.

Whisky avaliado em R$ 20 mil vai a leilão após ser apreendido com traficante
Hermógenes Aparecido Mendes Filho está preso desde dia 8 de dezembro de 2023 (Foto/Reprodução)

O magistrado considerou que as condições de guarda nem sempre são as ideais e, caso o réu seja absolvido, poderá receber um bem depreciado ou inservível. “Além disso, não se pode olvidar que a permanência desses bens nos depósitos públicos causa transtornos à operação regular dos órgãos e até mesmo sujeita a União a risco desnecessário, uma vez que, permanecendo o bem sob sua custódia, poderia ser civilmente responsabilizada por algum prejuízo que o legítimo proprietário viesse a alegar”.

Na decisão de 29 de agosto, o juiz considerou que o bem já foi periciado e não interessa mais ao processo penal. Por isso, deferiu o pedido e determinou remessa de ofício à Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai e ao MPF (Ministério Público Federal), que havia concordado com a alienação.

Ação - Hermógenes Aparecido Mendes Filho está preso desde 8 de dezembro de 2023, na investigação da Operação Sanctus, deflagrada pela Polícia Federal. O irmão dele, Ronaldo Mendes Filho, também investigado, está foragido desde aquele período.

A defesa de Ronaldo Mendes Filho nega as acusações.

Segundo a denúncia, o grupo atuava com base em Dourados e utilizava rotas do Paraguai, por Pedro Juan Caballero, para transporte de cocaína no país. A droga era ocultada em pneus de caminhões e, posteriormente, despachada ao Rio de Janeiro, em uma estratégia que misturava produtos legais e ilícitos para dissimular o transporte.

Durante a investigação, a Polícia Federal encontrou um barracão com dezenas de colchões, sem marca aparente. Dentro deles, havia placas de isopor com buracos de tamanho suficiente para ocultar tabletes de cocaína. No local, foi encontrada máquina de costura, retalhos e acabamentos para costurar os colchões.

O MPF apresentou denúncia contra os irmãos e outros sete envolvidos, com atribuições diferenciadas, conforme participação. Entre os crimes listados, constam tráfico internacional de drogas, organização criminosa, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.

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