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Cidades

"Sem cabeça", greve tem denúncia de ameaças a caminhoneiros

Profissionais têm medo de deixar postos e sofrer represálias ao cair na estrada

Ricardo Campos Jr. e Miriam Machado | 29/05/2018 11:37
Polícia e caminhoneiros garantem que ninguém está sendo parado nas rodovias (Foto: Marina Pacheco)
Polícia e caminhoneiros garantem que ninguém está sendo parado nas rodovias (Foto: Marina Pacheco)

A greve dos caminhoneiros perdeu sentido quando o Governo Federal emitiu medidas que prometem atender a maioria das reivindicações, mas pontos de bloqueio ainda são mantidos nas rodovias de Mato Grosso do Sul. Lideranças dizem que os colegas são livres para ir embora, mas há relatos de ameaças e medo de represálias ao voltar para a estrada.

Um caminhoneiro de São José do Rio Preto (SP), que pediu para não ser identificado, disse ao Campo Grande News que está cansado de “morar” no posto Caravaggio, mas tem receio de seguir viagem.

“Em grupos de Whatts App tem ameaças de colocarem fogo nos veículos. Em outros pontos, eles estão impedindo, sim, a passagem e os que não param são apedrejados”, relata.

O jeito é dormir na cabine pagando R$ 5 para lavar cada peça de roupa. Além disso, o caminhoneiro relata que grande parte do volume de pessoas visto nos pontos de bloqueio são cidadãos que passam o dia no local dizendo apoiar o movimento, comem a comida dos grevistas, mas no fim do dia voltam para suas casas.

“Estão fazendo disso aqui um circo”, disse. A esperança dele e de outros colegas é que as medidas do Governo Federal sejam publicadas em Diário Oficial.

Outro lado – Ademar Sutil da Silva é de Santa Catarina e está no Posto Kátia Locatelli na BR-163, saída para São Paulo, desde que o movimento começou. Ele calcula que 500 caminhões estejam no local.

“Está liberada a passagem para quem não quiser mais participar, mas ninguém quer sair”, afirma. Segundo ele, os colegas não concordam com os R$ 0,46 de redução no diesel por dois meses e acreditam que vencido esse tempo, o produto irá triplicar.

Contudo, garantiu que o protesto se dissipará quando o acordo com o Governo Federal for publicado em Diário Oficial.

Antônio Marcos Lelis está parado no Posto Caravaggio, no anel viário da Capital. Ele é de Franco (SP) e tem um carregamento de madeira para móveis para entregar em Fernandópolis. Para ele, os R$ 0,46 não resolvem o problema da categoria e quer que o PIS/COFINS seja zerado.

Ademar Sutil da Silva é de Santa Catarina e está no Posto Kátia Locatelli na BR-163 (Foto: Marina Pacheco)
Ademar Sutil da Silva é de Santa Catarina e está no Posto Kátia Locatelli na BR-163 (Foto: Marina Pacheco)

O caminhoneiro garante que ninguém está sendo impedido de seguir viagem e todos são livres para irem embora quando quiserem. “Hoje mesmo, vários veículos deixaram o posto”, garante.

Greve - Mato Grosso do Sul tem 24 pontos de bloqueio em rodovias federais, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal). Nestas localidades, entretanto, a passagem de veículos, inclusive os pesados, está completamente livre, também segundo a PRF.

Assim como ontem, há seis pontos de interdição para caminhoneiros nas BRs. No Posto Caravágio, no anel viário de Campo Grande, e na BR-163 em Caarapó, Rio Brilhante e Rio Verde de Mato Grosso. Também há interdições para caminhões na BR-262 em Terenos e BR-267 em Maracaju.

Nas estradas mantidas pelo governo do Estado, segundo a PMRv (Polícia Militar Rodoviária), são 33 pontos de manifestações

Caminhão parado nesta terça-feira em protesto em Mato Grosso do Sul (Foto: Marina Pacheco)
Caminhão parado nesta terça-feira em protesto em Mato Grosso do Sul (Foto: Marina Pacheco)
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