ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 21º

Cidades

Candidatos ao Conselho Tutelar dizem que prova foi “piada”

Danúbia Burema | 12/02/2011 09:10

Questão de informática pedia para ligar a imagem ao nome da figura

Candidatos a conselheiros tutelares criticam a prova aplicada na quinta-feira em Campo Grande que, apesar de direcionada ao nível superior, tinha até questões que pediam para ligar a imagem ao nome da figura correspondente.

Várias reclamações foram feitas pelos candidatos, que temem se identificar e ser prejudicados no processo. Entre as principais críticas está o fato de ter sido concedido ponto pela frequência no curso de uma semana oferecido antes da prova, o que fez com que pessoas com média abaixo de 6 fossem aprovadas após o incremento da nota.

Para os participantes, várias pessoas estão sendo 'passadas' na seleção mesmo sem atingir a nota necessária, para depois tentarem conseguir a vaga por meio da eleição que é a fase final do processo.

Outras críticas são que pessoas reprovadas na primeira fase conseguiram passar para a segunda por uma “revisão” na prova, que acabou alterando as notas dos demais candidatos depois de corrigidas respostas erradas que haviam sido consideradas certas.

As questões de informática que representaram o ‘estopim’ para as reclamações foram elaboradas pelo IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação) e o processo de seleção dos novos conselheiros, que ocorre a cada três anos, é organizado pelo CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente).

Em uma das questões polêmicas, aparece o desenho da barra de tarefas do computador e se pede para ligar ao nome ‘barra de tarefas’, segundo descreveram os candidatos, que reclamaram de a seleção não conter teste prático de informática.

“Quando eu olhei comecei a rir”, disse uma das candidatas que pediu para não ser identificada. Ela detalha que alguns dos participantes “passados” para outras fases sequer sabem digitar no computador, mas se forem eleitos terão que usar sistema específico para reunir informações sobre os casos atendidos no conselho.

Conforme os participantes, houve diferenças nas provas aplicadas pela manhã e na tarde de ontem. Enquanto uma tinha questões de múltipla escolha e de ligar nome à figura, a outra era basicamente dissertativa.

Pelo processo de seleção são oferecidas 15 vagas imediatas com salário de quase R$ 2 mil e outras 30 vagas para suplentes. Os candidatos são submetidos a cinco etapas de seleção e na próxima semana será a última fase, de teste psicológico.

Depois, eles irão a votação popular que, conforme os organizadores, deve ocorrer em abril. O mandato dos conselheiros é de três anos. No último pleito, foram contabilizados 10 mil votos.

Organização – O presidente do CMDCA explica que, diferente de 2008, neste ano não está sendo feito concurso, mas processo de seleção para o conselho, por isso os procedimentos são diferenciados.

Ele detalha que os candidatos participaram de um curso explicativo sobre o papel do conselho, Estatuto da Criança e do Adolescente e Constituição Federal, que durou uma semana. Nesse curso eles precisam de 75% de frequência e 70% de aproveitamento.

“Quem não alcançar os 70% está fora”, garante Donizetti, que reconhece terem sido dados até dois pontos na média dessa fase apenas pela presença nas aulas.

Ele conta que alguns candidatos recorreram dessa fase e conseguiram pontuação mais favorável. Com a nova correção, alguns tiveram nota diminuída e os que ganharam o direito de ir para a segunda fase foram avisados por telefone.

Questionado sobre a presença de candidatos parentes dos organizadores, ele diz que “não tem nada a ver”, pois isso não é proibido pelo edital. Ele apenas destaca que não podem assumir as vagas pessoas com parentesco. “Isso aí (concurso) é eleição, é aberto ao público, todo o mundo tem direito”, afirma.

Na próxima segunda-feira, os aprovados nessa etapa terão o nome publicado no Diário Oficial e deverão passar pela última fase de seleção antes de irem a votação pública.

Recorrer - A Prefeitura foi procurada para revelar o teor da prova de informática e informou que não pode disponibilizar o material. Os candidatos também não puderam levar o caderno de perguntas nem gabarito, pois a prova foi corrigida na hora e ficou com a organização.

Apesar de não disponibilizar a prova, a administração municipal ressalta que candidatos que se sentirem prejudicados poderão recorrer do resultado do processo de seleção.

Nos siga no Google Notícias