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Capital

Simpósio discute os desafios do combate à violência contra a mulher em MS

Educação, cultura e conscientização foram alguns dos consensos entre os debatedores para o combate a violência e feminicídios.

Adriano Fernandes | 05/04/2018 00:00
Teatro atendo durante a fala da juíza Jacqueline Machado. (Foto: Divulgação)
Teatro atendo durante a fala da juíza Jacqueline Machado. (Foto: Divulgação)

A troca de experiências e debates sobre a igualdade de gênero e o combate a violência contra mulher, deram o tom da primeira noite do Simpósio Regional Violência de Gênero na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), esta noite (04).

O evento, considerado um dos mais abrangentes sobre o tema contou com a presença de autoridades, estudantes, professores, magistrados e pesquisadores que estudam os efeitos da desigualdade de gênero na sociedade.

“Falar sobre gênero implica em desconstruir padrões culturais impostos por anos aos homens e as mulheres. É lutar contra a naturalidade das masculinidade como sinônimo de agressividade e a feminilidade como submissão e passividade”, apontou a juíza Jacqueline Machado, sobre os desafios enfrentados na Coordenadoria da Mulher em Campo Grande, centro que é referência no atendimento à vitimas desse tipo de crime.

Em 2017, 28 mulheres foram mortas no Estado. Só este anos mais oito mulheres também já foram vítimas de feminicidio. “A cada 11 dias uma mulher foi morta”, se queixou Jacqueline que além de coordenadora do centro de acolhimento é juíza da primeira Vara de Medidas Protetivas do Brasil.

Também presente no encontro o desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, não só parabenizou o trabalho da juíza como também a iniciativa da universidade em receber o simpósio.

“Só podemos acabar com as situações de perigo e violência relacionado ao gênero, através do estudo e da cultura. Falar sobre esse tema, nesta que é a melhor casa da educação no estado é fundamental”, pontuou.

Num panoram geral dos funcionários da UFMS, 51% das servidoras são mulheres. E dentre as sete pró-reitorias, cerca de 50% dos cargos também administrativos são ocupados por elas. 

“Nesse contexto a universidade exerce um papel importante ao promover a igualdade entre os gêneros e também o debate sobre o assunto, pois só pela educação conseguimos combater a violência e construir um futuro mais justo, respeitosos e solidário”, completou o reitor da universidade Marcelo Augusto Santos Turine.

As discussões durante o simpósio seguem até esta sexta-feira (06), nas salas de multiuso da UFMS. O Simpósio é resultado de uma parceria do Tribunal de Justiça de MS, por meio da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar de MS e apoio da Escola Judicial (Ejud-MS) com a Universidade Federal de MS (UFMS).

Programação – Os três dias de trabalho serão divididos em temas como Violência doméstica enquanto fenômeno social; Feminicídio; Mulheres encarceradas; Violência contra meninas adolescentes; Corpo, gênero e identidade; Violência sexual: um diálogo entre o Direito e a neurociência; Mulheres e a Mídia.

Estão confirmados como palestrantes Joana Chamusca Chagas, Aline Yamamoto, Iara Gonçalves Carrilho, Thais Dumet Faria, Sandra Maria Francisco de Amorim, Jacy Curado, Losandro Antonio Tedeschi, Berenice Franco, Adriana Mello, Regina Lúcia Nogueira, Luciana Rocha e Jacira Mello.

Participam como debatedores Aparecida Gonçalves, Zaira Andrade Lopes, Luciana Amaral Rabelo, Ariene Murad, Rejane Alves Arruda, Cláudia Maria Garcês, Daniella de Cássia Duarte, Angelo Motti, Flávio Adriano Nantes, Tiago Duque, Paulo Roberto Iotti Vecchiatti, Ana Lara Camargo de Castro, Sandra Regina Monteiro Salles, Katarini Giroldo Miguel, Lynara Ojeda e Deyvis de Oliveira Marques.

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