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A Deus dará, terrenos baldios acumulam lixo e atraem bichos em Campo Grande

Moradores reclamam do descarte irregular de resíduos e da presença de escorpiões, ratos e até cobras

Natália Olliver | 27/11/2022 15:01
A Deus dará, terrenos baldios acumulam lixo e atraem bichos em Campo Grande
Lixo descartado no terreno público localizado na Rua TV Oboe com a Rua do Pandeiro, no Tiradentes (Foto: Liana Feitosa)

Vizinhos de terrenos baldios reclamam do acúmulo de lixo descartado de maneira irregular e indevida em áreas abertas de Campo Grande. A presença dos entulhos atraem bichos como escorpiões, baratas, ratos e até cobras. Para lidar com a situação, os moradores pedem ajuda da Prefeitura da Capital para limpar os locais, informar quais são de domínio público, portanto, necessitam de tratamento adequado e para realizar a fiscalização daqueles que não pertencerem ao município.

Além do descaso do poder municipal, residentes lamentam a falta de bom senso da população em despejar os lixos nos terrenos. O Campo Grande News percorreu três locais no Bairro Tiradentes e um no Bairro Cristo Redentor, onde os entulhos, assim como mato alto, móveis velhos, roupas rasgadas e outros resíduos descartados são facilmente avistados.

Raphaela Oliveira, de 26 anos, mora na Rua Antônio Alves da Silva, no final do Bairro Tiradentes. Ela comentou que veículos param no local para desovar lixo e móveis. “Todo dia o povo vem aqui, são carros e carros para despejar todo tipo de lixo. Tá tendo muito escorpião, barata, rato. Fica um cheiro insuportável. Até cachorro morto deixam aqui. Acho que o povo acha que é ponto de descarte, por ter esse lixo, já acostumaram e não se importam mais, ficou a deus dará”, ressaltou.

A moradora acrescentou ainda que o marido chegou a questionar algumas pessoas enquanto elas despejavam os entulhos, mas que foi ignorado e até intimidado por elas. “Ele tentou conversar com um que estava jogando o lixo no meio da rua, mas eles nem ligam, nem se importam. A gente vai falar e acha ruim ainda”, disse.

Cansados de esperar por uma solução, alguns residentes decidiram atear fogo nos resíduos. O que piorou ainda mais o cenário, segundo Raphaela. “Os vizinhos tentando acabar com o lixo acabam colocando fogo. Então além do lixo tem problema do fogo. Está cada dia pior porque agora está uma infestação de rato. Eu moro desde 2018 aqui e desde esse ano existe isso”, disse.

A moradora, que tem três filhos, o mais novo com apenas dois anos, teme que as crianças encontrem os animais dentro de casa. “Todo mundo fica agoniado. Acaba que vem todos os bichos para casa da gente. Todo mundo tem criança pequena. Já encontrei escorpião, rato, barata, até cobra. Vinha um pessoal pra limpar, mas faz uns 4 anos que não vem. Eles vinham passar a patrola, mas nada ainda”, finalizou.

A Deus dará, terrenos baldios acumulam lixo e atraem bichos em Campo Grande
José Luiz é morador do bairro Tiradentes e também lamenta a situação dos locais cheios de lixo (Foto: Paulo Francis)

Outros relatos - José Luiz, de 65 anos, mora há 38 anos na Rua Panambi, no Bairro Tiradentes, próximo a um terreno baldio que também é usado como depósito de lixo. Ele contou que a população criou o mau hábito jogando o lixo de maneira discreta, “começou com uma sacolinha, agora até sofá tem aí”, disse.

 À reportagem ele ressaltou que a vizinhança também ateia fogo nos entulhos com objetivo de limpar o local. “Não adianta limpar se não fechar. A solução pra mim é cercar ou deixar alguém cuidar do terreno. Cadê os mutirões que limpavam? Antigamente tinha. Esse lixo não interfere aqui em casa porque é meio longe, mas a vizinha aí perto metia fogo e ninguém aguentava. Tinha que chamar até o bombeiro”, finalizou.

Resposta - Questionada pela reportagem, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informou que o terreno localizado na Rua Panambi, local onde José Luiz reside, no Bairro Tiradentes, trata-se de um imóvel particular, o qual já foi notificado pela pasta e aguarda a publicação em jornal de circulação para ciência do proprietário.

Quanto ao imóvel localizado na Rua Antônio Alves da Silva, no final do mesmo bairro, local onde Raphaela mora, também se trata de um terreno particular, que aguarda os trâmites necessários para realização de nova vistoria. Em ambos terrenos, caso acabe o prazo para a limpeza dos locais e a ordem não seja executada, a Semadur afirmou que será aplicada multa administrativa na inscrição imobiliária do terreno.

“A Semadur destaca que o proprietário do imóvel deve manter sua propriedade limpa e devidamente cercada para que não seja possível a realização do descarte irregular de resíduos por terceiros, conforme legislação. De acordo com o Código de Polícia Administrativa do Município Lei n. 2909, a multa para quem não mantém a propriedade devidamente limpa varia entre R$ 2.727,50 e 10.910,00”, disse.

Já os outros dois imóveis visitados pelo Campo Grande News são públicos. “Em relação à Avenida Tereza Garcez Paim, bairro Cristo Redentor, informamos que a via pública possui mais de 2km em sua extensão, sendo necessário informar de maneira mais precisa os terrenos em questão que são alvos de denúncias. Já em relação à área citada à Rua TV Oboé com Rua do Pandeiro, no Tiradentes (atrás do Supermercado Pires da Rua Marquês de Pombal) informamos que trata-se de imóvel público, desta forma, será encaminhada à Sisep a solicitação de limpeza do local”, finalizou.

Confira a galeria de imagens:

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