ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, SÁBADO  21    CAMPO GRANDE 18º

Capital

Advogado vai responder por "importunação sexual" por assediar motorista

Passageiro, de 27 anos, confirmou a proposta e disse que não entendeu situação como assédio

Tainá Jara e Clayton Neves | 25/11/2019 11:01
Advogado vai responder por "importunação sexual" por assediar motorista
Depoimento foi prestado pela passageiro na Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande (Foto: arquivo/Henrique Kawaminami)

A Polícia Civil identificou e ouviu o passageiro acusado de assédio por mulher de 31 anos, motorista de aplicativo em Campo Grande. Na madrugada do dia 27 outubro, o homem pediu para a condutora encostar o carro, porque "queria transar". O advogado irá responder pelo crime de importunação sexual.

Em depoimento prestado no dia 18 de novembro à delegada Sueili Araújo, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), o advogado confirmou o pedido, mas disse que não entendeu aquilo como assédio e pediu desculpas à vítima.

Conforme a delegada, a situação serve de alerta. “Ela estava no lugar de trabalho, ela foi simpática e atenciosa, porque se tratava de um cliente. Não é porque conversou que ela esta disposta a manter uma relação sexual. Falta consciência do homem em respeitar a mulher como pessoa e não um objeto sexual”, ressaltou.

Suleili explica que o que pode parecer uma cantada, na verdade trata-se de assédio sexual dependo da situação em que é feita. A delegada ainda não concluiu o inquérito, mas o advogado deve ser indiciado a importunação sexual.

A identificação do suspeito foi feita com base em dados fornecidos pela empresa reponsável pelo aplicativo de corrida. Com primeiro nome, endereço e telefon, foi iniciada busca pesquisa nas redes socais. Pelas imagens adquiridas, a motorista conseguiu confirma a identidade do advogado. 

Advogado vai responder por "importunação sexual" por assediar motorista
Motorista registrou boletim de ocorrência do assédio. Fazia apenas três meses que ela trabalhava com o aplicativo de corridas (Foto: Clayton Neves)

“Fiquei sem reação” – A motorista de aplicativo relatou que por volta das 2h, do dia 27 de outubro, aceitou uma corrida no Carandá Bosque com destino ao Bairro Piratininga. Durante o trajeto, o homem disse estar com problemas, abaixou a cabeça e respirou fundo. "Fiquei sem reação", afirmou a vítima na época à reportagem do Campo Grande News.

Preocupada, a motorista disse ter perguntado se o passageiro estava passando mal e se ele queria parar o carro. Ele disse que não e pediu que a mulher continuasse dirigindo. Momentos depois, o rapaz passou a elogiar a vítima, que ficou quieta. Quando passava pela Avenida Fernando Corrêa da Costa, numa área mais escura e isolada, a mulher foi surpreendida pelo suspeito que disse: "Encosta o carro porque quero transar com você".

Em depoimento, o passageiro relatou que tinha solicitado a corrida da sua para casa de um amigo. Durante o trajeto, começou a conversar com a motorista e “sentiu receptividade no diálogo” e então teria propôs manter relação sexual com a vítima. O advogado afirma que não teve a intenção de constranger ou humilhar a mulher, pois, deduziu que poderia fazer a proposta.

Importunação sexual – Sancionada em setembro do ano passado, a lei da importunação sexual, define como crime a prática de um ato libidinoso contra alguém sem o consentimento da pessoa. Na verdade, a medida preenche um vácuo legislativo.

Levantamento realizado pela CBN, em outubro deste ano, mostra que quase 10 mil casos aconteceram no País, um ano após a sanção da lei. Em Mato Grosso do Sul, 382 registros neste período. O Estado é o sétimo colocado em lista de 21 que disponibilizaram os dados.

Nos siga no Google Notícias