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Capital

Agentes penitenciários sofrem com mau cheiro causado por novo aterro

Viviane Oliveira | 12/04/2013 16:16
Cíntia diz que o odor ficou mais acentuado depois da construção do aterro sanitário. (Fotos: Simão Nogueira)
Cíntia diz que o odor ficou mais acentuado depois da construção do aterro sanitário. (Fotos: Simão Nogueira)
Presídio Federal, fica ao lado do aterro sanitário, no bairro Dom Antônio Barbosa.
Presídio Federal, fica ao lado do aterro sanitário, no bairro Dom Antônio Barbosa.

Os agentes penitenciários do Presídio Federal de Campo Grande, que fica ao lado do aterro sanitário no Dom Antônio Barbosa, reclamam do mau cheiro no local. Segundo eles, quem tira plantão na torre é obrigado a usar máscara hospitalar para não passar mal durante o plantão. No total 180 agentes e 30 funcionários terceirizados trabalham no Presídio Federal.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais, Cíntia Assumpção, o odor ficou mais acentuado depois que foi feito o aterro sanitário, ao lado do lixão. “Tem dia que o cheiro é insuportável. Quem mais sofre é aqueles que trabalham na parte externa”, disse.

Wendell Klimpel conta que está no presídio desde 2006, quando foi inaugurado, e o mau cheiro aumentou muito de um tempo para cá. “Tem colegas que já deixou de vir trabalhar por causa de problemas respiratórios”, afirma.

Responsável por cuidar da entrada e saída do lado de fora do presídio, o servidor Cristiano Carneiro, de 36 anos, disse que durante todo o dia é obrigado a trabalhar sentindo o forte odor do aterro sanitário. “Estamos cercados por mau cheiro. Na frente da unidade é a estação de esgoto, de um lado o aterro sanitário, do outro, um curtume”, reclama.

Por duas vezes Ana Clara Moraes Maximiniano, de 31 anos, passou mal durante o plantão. “Na semana passada eu cheguei a ter náuseas em função do mau cheiro, que estava muito forte. Isso é porque a gente trabalha 24h por 71h. Agora, imagina quem tem que conviver com esse odor todos os dias”, questiona.

É o caso da dona de casa Daniela Arakaki, de 25 anos, que mora há 2 meses em uma chácara próximo ao aterro sanitário. “Tem dia que parece que foi aberta uma fossa no quintal da minha casa”, finaliza.

Piscina de chorume em frente ao aterro sanitário.
Piscina de chorume em frente ao aterro sanitário.
A liberação do aterro sanitário foi marcada por polêmicas desde o início.
A liberação do aterro sanitário foi marcada por polêmicas desde o início.

Em 2010, o traficante Luis Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que estava detido no Presídio Federal, recorreu à comissão de Direitos Humanos da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) reclamando da fumaça causada pelas queimadas no lixão.

Irregularidades - O MPE (Ministério Público Estadual) ingressou, nesta quinta-feira (11), com ação civil pública contra a CG Solurb Soluções Ambientais, o prefeito Alcides Bernal (PP), e a Anfer Construções e Comércio, entre outros. O objetivo é suspender, imediatamente, o novo aterro sanitário, denominado Dom Antônio Barbosa II e determinar a reativação do antigo lixão.

O promotor de Justiça do Meio Ambiente, Eduardo Franco Cândia, pede a concessão de liminar para obrigar a desativação do novo aterro sanitário até a conclusão da UTR (Usina de Tratamento de Resíduos). A definição de um plano de recuperação do antigo lixão e a responsabilização criminal dos danos ambientais de todos os envolvidos no processo, desde os integrantes da gestão anterior na Prefeitura até dos atuais.

A liberação do aterro sanitário foi marcada por polêmicas desde o início. O MPE cita na ação que os catadores foram alijados do processo. Ação da Defensoria Pública garantiu que eles recolham o material no antigo lixão. Além do MPE, a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar denúncias de irregularidade na construção do novo aterro.

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