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Capital

Alunos denunciam onda de assalto perto de escola no Aero Rancho

Filipe Prado | 23/05/2014 10:45
Na noite de quarta-feira (21) foram realizados quatro assaltos em frente à escola (Foto: Marcelo Victor)
Na noite de quarta-feira (21) foram realizados quatro assaltos em frente à escola (Foto: Marcelo Victor)

Os estudantes do período noturno da Escola Estadual Sílvio Oliveira Santos, no Bairro Aero Rancho, estão com medo da onda de violência em frente ao colégio. Na noite de quarta-feira (21) os alunos relataram que quatro assaltos a mão armada foram realizados no horário de entrada, por volta das 19h, e ameaçaram deixar a escola.

Conforme uma adolescente, 16 anos, que não quis se identificar, ela estuda há três anos na escola e está no 3º ano do ensino médio, os casos já acontecem há três meses. “Estamos horrorizados com essa situação, a falta de iluminação na rua da escola e nas ruas próximas”, comentou.

“Eles passam a mão e não estão nem ai. Eu que nunca tinha visto uma arma, fiquei paralisada com medo do que pudesse acontecer, além das pessoas correndo”, assumiu a estudante, sobre os assaltos frequentes.

No dia 21 ela afirmou que mais quatro assaltos foram realizados e conseguiram identificar dois autores, que seriam menores de idade. “Chamamos a policia e eles foram lá, porém disseram que não poderiam fazer nada pelo fato dos meninos serem menores”, contou.

De acordo com a estudante, os quatros assaltos ocorreram na entrada dos alunos na escola, e um deles acabou sendo agredido pelos ladrões, que acabou levando um coronhada, por não querer entregar o objeto pedido.

Alguns alunos, com medo, pensam em deixar a escola, como os participantes do curso técnico em Meio Ambiente, segundo a agente comunitária de saúde Maiza Mendes, 45. “O ponto de ônibus da Avenida Ernesto Geisel não tem iluminação e o outro mais próximo também não. Com isso os alunos ficam inseguros”, apontou.

“Agora eu pergunto, como que nós estudantes ficamos? Trabalhamos o dia inteiro, vamos para a escola à noite pra sermos roubados por dois delinquentes? E a nossa segurança? Muitos alunos estão pensando em deixar a escola por conta disso, por conta do medo”, reconheceu a aluna.

Por conta dos roubos desta quarta-feira os alunos foram liberados mais cedo pela direção da escola, segundo relato dos estudantes. “Se os assaltos aconteceram na hora da entrada, imagina na saída?”, constatou Maiza.

Conforme o sargento do 10º Batalhão da Polícia Militar, Guilberto Mergareno, não há ocorrências registradas na unidade sobre os assaltos ocorridos em frente à escola. Ele relatou que o policiamento da área foi intensificado, com cerca de 45 alunos sargentos, e que houve chamadas sobre roubos de celulares em alunos, porém eles acabam não registrando as ocorrências.

“Isso acontece mais no período da tarde e noite. Antes o número de assaltos deste tipo era maior, mas deu uma diminuída”, afirmou. Ele disse que a maioria destes assaltos é realizado por adolescentes, que trocam os aparelhos por drogas.

Mas a situação não é exclusiva da escola, segundo a funcionária pública Deisi Pires Batista, 26, o Aero Rancho é um bairro com muita violência. “Os assaltos acontecem mais nos dias de feira, quando pessoas de outros bairros vêm aqui. Agora muitas famílias estão deixando de ir até na feira”, revelou.

O Campo Grande News também procurou a Secretaria Estadual de Educação, mas não houve retorno sobre a violência no entorno da escola até a publicação da matéria. A direção da escola informou que só a secretaria pode falar sobre o assunto.

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