Ao investigar posto de combustíveis, Procon reclama de burocracia da ANP
Ao apurar denúncia de que um posto de combustíveis de Campo Grande estaria abastecendo veículos em menor quantidade do que marca a bomba, o Procon/MS revelou um entrave na fiscalização de outra frente nestes estabelecimentos.
Segundo o órgão, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mudou o procedimento para casos de irregularidades em qualidade dos combustíveis.
Conforme o Procon, ofício da agência, enviado a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), pede que o órgão solicite o trabalho do laboratório da universidade, que apura possíveis adulterações nos combustíveis, primeiro a ANP.
Antes, o pedido era feito diretamente a UFMS, o que tornava o procedimento ágil, explica o diretor-presidente do Procon/MS, Lamartine Ribeiro.
A nova forma do procedimento tornará o processo mais burocrático e lento, o que pode dar margem até para que postos investigados se organizem para escapar da fiscalização e dificultará o trabalho de investigação.
“Pela experiência que temos a ANP costuma demorar um mês para responder este tipo de ofício”, criticou.
Em relação a suposta prática ilegal pelo posto de combustível na Capital, Lamartine esclarece que a modalidade de investigação é diferente e não será afetada, pois é feita com auxílio do Inmetro.
Ele afirma ter informações de que Cléber Salazar, o responsável pelo esquema de fraude, por meio de controle remoto, no abastecimento em postos de combustíveis no País, que foi preso após reportagem do Fantástico, esteve em Campo Grande.
“Se ele esteve por motivos pessoais ou se fez negócios eu não sei. Mas ele esteve”, conta.
A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a ANP. A assessoria de imprensa da agência se comprometeu a retornar sobre o assunto.