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Capital

Aos 20 anos, rapaz que atropelou 3 após acidente tem 20 passagens

Renan Nucci | 03/12/2014 16:53
Jonas disse enquanto prestava depoimento ao delegado Weber, que atropelou as vítimas porque o acelerador de seu veículo enroscou. (Foto: Renan Nucci)
Jonas disse enquanto prestava depoimento ao delegado Weber, que atropelou as vítimas porque o acelerador de seu veículo enroscou. (Foto: Renan Nucci)
Auxiliar de mecânico acumula 20 passagens pela polícia aos 20 anos. (Foto: Renan Nucci)
Auxiliar de mecânico acumula 20 passagens pela polícia aos 20 anos. (Foto: Renan Nucci)
Delegado mostra parte de peça dianteira do veículo apreendida pela perícia no local do crime. (Foto: Renan Nucci)
Delegado mostra parte de peça dianteira do veículo apreendida pela perícia no local do crime. (Foto: Renan Nucci)

Acusado de atropelar uma vítima de acidente e duas pessoas que prestavam socorro, no final da noite de domingo (30), na Avenida Heráclito Diniz de Figueiredo, prolongamento da Ernesto Geisel, o auxiliar de mecânico Jonas Carvalho Velasquez, hoje com 20 anos, acumula mais de 20 passagens pela polícia desde 2008. Detido pela Polícia Civil de Campo Grande nesta quarta-feira (03), ele disse que atingiu o trio porque o acelerador de seu veículo enroscou.

De acordo com o delegado Weber Luciano de Medeiros, da 2º Delegacia de Polícia da Capital, apesar de a autoria já estar definida, as investigações estão no início, por isso, ainda não é possível apontar por qual crime Jonas vai responder. Tudo vai depender também da recuperação das vítimas que estão em estado grave. “Tudo leva a crer que ele será indiciado por lesão corporal grave ou gravíssima, ou até mesmo homicídio, mas ainda vamos ouvir algumas testemunhas do caso, e aguardar o que vai acontecer com os atropelados”, explicou o delegado.

Jonas contou que na ocasião dos fatos, estava na casa de uma jovem com a qual mantém um romance, e que logo em seguida, por volta das 23h30, foi embora sozinho em seu carro GM Caravan Comodoro dourado, modelo 1981. Durante o trajeto, ao adentrar à Avenida Heráclito Diniz de Figueiredo, no Bairro Coronel Antonino, percebeu um acidente de trânsito. No local estava Mauro Márcio Vicente da Silva, 37 anos, piloto de uma moto que instantes antes havia colidido com um GM Celta conduzido por Anderson Cardoso da Silva, 23 anos.

Anderson, juntamente com o motociclista Rafael Silva Domingos, 29 anos, que parou para ajudar, prestavam socorro a Mauro que estava caído, ferido. Ao se aproximar do grupo, Jonas acelerou bruscamente e atingiu os três, arrastando-os por alguns metros; em seguida ele fugiu. Os três ficaram em estado grave e foram levados para a Santa Casa. O autor relatou que o acelerador do carro enroscou, e, por este motivo, avançou.

“Eu vi o acidente, passei pelo sinal e fugi dirigindo, quando olhei para o lado do passageiro, onde estava o galão de gasolina, para ver se não tinha nenhum vazamento. Foi tudo rápido, quando percebi já estava em cima daquelas pessoas. Tinha bastante gente lá. Fiquei com medo de ser linchado e fugi”, disse o rapaz, confessando que, além de não ter carteira de habilitação, também estava sob o efeito de entorpecentes. “Tinha acabado de fumar um 'brown' (cigarro de maconha)”.

Antes de chegar à residência onde mora com mãe, no Jardim Talismã, desligou o carro e pediu ajuda para encostá-lo aos fundos da garagem, pois o pneu dianteiro traseiro estava furado. “Quando recebemos a ocorrência demos início imediato aos trabalhos de investigação. Percorremos diversos bairros como o Nova Lima e o Jardim Colúmbia em busca dele, e conseguimos encontrá-lo no Jardim Talismã. O carro estava em péssimo estado de conservação”, disse o delegado Weber.

Ficha suja – Menor problemático, Jonas tem 20 registros na polícia que datam desde 2008, quando ele tinha 14 anos. Os delitos são os mais variados possíveis, como roubo, furto, tráfico, vias de fato, lesão corporal, evasão de local de custódia, ameaça e dirigir veículo sem habilitação, entre outros. Ele vai responder pelo atropelamento em liberdade.

Mesmo com esta extensa ficha criminal, o delegado disse em tom de desabafo que não vai pedir a prisão preventiva, “para evitar que o caso caia nas mãos de alguém despreparado do judiciário, que inverta a realidade dos fatos e faça com que o Estado e pessoas de bem acabem tendo que pagar indenização a criminosos”.

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