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Capital

Aos 50 anos, Juciara pegaria diploma de enfermeira, mas morreu em acidente

Motociclista seguia por rua preferencial, quando foi atingida por caminhão e morreu no Pioneiros

Dayene Paz e Liniker Ribeiro | 31/08/2021 16:28
Velório aconteceu no Memorial Park, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Velório aconteceu no Memorial Park, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Trágico acidente na manhã desta segunda-feira (30), colocou fim aos sonhos e ao sorriso de Juciara de Oliveira Batista. Durante o velório nesta terça-feira (31), a família lembrou da alegria contagiante da mulher batalhadora, que tinha dois empregos e estava prestes a se formar em enfermagem, aos 50 anos. Uma guerreira, querida pela família, amigos e colegas de trabalho, que hoje deram o último adeus.

A filha, Julivania Maria, de 37 anos, se lembrou da amizade que tinha com a mãe e quando começaram o curso de enfermagem. “Começamos o curso juntas em janeiro do ano passado, a ideia partiu dela. Ela me contou, eu incentivei e falei para fazer, porque ela já trabalhava como cuidadora, ou seja, já trabalhava na área”, diz a filha.

Filha pediu que culpado por acidente se entregue para a polícia. (Foto: Paulo Francis)
Filha pediu que culpado por acidente se entregue para a polícia. (Foto: Paulo Francis)

Emocionada, Julivania diz que a mãe trabalhava dobrado para que a família tivesse uma vida melhor. “Foi uma verdadeira guerreira, lutou pela família em todos os sentidos, de todas as maneiras. Todos os dias, a gente recebia ela cedo e hoje, eu recebo ela assim, num caixão, sabendo que aqui é meu último adeus”.

Uma das marcas deixadas por Juciara foi a alegria. “Era contagiante, ela podia não estar bem, passando por alguma dificuldade, algum problema, mas gostava sempre de ouvir musica, com som alto, era o que trazia paz para ela”, lembra a filha.

Além da alegria, outra marca deixada por Juciara aos quatro filhos e netos, foi o respeito ao próximo. Expondo isso, Julivania pediu que o culpado se entregue à polícia. “Ela me ensinou tantas coisas, a verdade, o amor, o respeito com o próximo. Até agora, não temos respostas, é tudo muito recente, mas a gente espera que a pessoa que cometeu isso se entregue e que a justiça seja feita, pois foi muito imprudente”, lamenta.

A prima, Êmilly de Souza, de 31 anos, contou que a mulher estava colhendo os frutos agora de muitos anos de luta. “Estamos acostumados com a felicidade dela, a alegria, ela era uma pessoa batalhadora e estava começando a colher os frutos agora”, disse ao lembrar que, além de cuidar de idosos, Juciara era estoquista em uma loja.

Ao som do louvor “Deus enviou”, as amigas do trabalho fizeram uma homenagem. “Era uma pessoa muito incrível, amorosa, carinhosa. É uma homenagem para confortar o coração das pessoas que amavam ela”, finalizou a colega de trabalho, Rebeca de Jesus, de 24 anos.

O velório começou às 14h30 e o sepultamento ocorreu às 16h30, no cemitério Memorial Park, em Campo Grande.

Motociclista seguia por rua preferencial, quando foi atingida por caminhão. (Foto: Paulo Francis)
Motociclista seguia por rua preferencial, quando foi atingida por caminhão. (Foto: Paulo Francis)

Acidente - Juciara estava em uma Honda Biz e seguia pela Rua Bernardo Guimarães, no Bairro Pioneiros, onde mora. A via era preferencial, mas a vítima foi atingida por um caminhão no cruzamento com a Rua Luiz Pereira.

A esquina tem a inscrição de "Pare" no asfalto, contudo, o condutor do caminhão não parou. Depois do acidente de trânsito, vídeo mostra que ele para o caminhão, viu a vítima e fugiu do local.

O ajudante, que foi detido, contou que mexia no celular, procurando o endereço para entrega de material de construção, quando ouviu um barulho forte. O veículo é de um depósito que fica próximo ao local do acidente.

A reportagem foi ao estabelecimento comercial, onde recebeu a informação de que o condutor era um diarista, identificado somente como Alessandro. O autor do acidente deve responder por homicídio, omissão de prestação de socorro e evasão. Ele ainda não havia se apresentado até esta terça-feira.

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