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Capital

Apenas 24,3% dos fumantes que buscam tratamento abandonam vício

Fatores emocionais e abstinência são principais obstáculos para quem procura ajuda para deixar de ser fumante.

Anahi Gurgel | 31/05/2017 07:11
Jovem acende cigarro em Campo Grande, à véspera do Dia Mundial sem Tabaco. Tratamentos contra o vício poderiam ter mais sucesso se fumantes concluíssem sessões. (Foto: Marina Pacheco)
Jovem acende cigarro em Campo Grande, à véspera do Dia Mundial sem Tabaco. Tratamentos contra o vício poderiam ter mais sucesso se fumantes concluíssem sessões. (Foto: Marina Pacheco)

Em pouco mais de um ano, pelo menos 775 pessoas deixaram de fumar em Campo Grande depois que participaram do programa antitabagismo desenvolvido pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

O número representa uma grande vitória para os ex-fumantes, mas evidencia um alto índice de abandono do tratamento. Dos 3.180 inscritos entre janeiro de 2016 e maio deste ano, apenas 24,3% se afastaram do vício. 

Os dados da prefeitura mostram que no ano passado, 2.350 pessoas consumidoras de produtos fumígeros fizeram inscrição no programa municipal, sendo que 1.762 deram continuidade ao tratamento por meio de sessões estruturadas e 617 pararam de fumar, ou seja, 26,2%.

Até maio deste ano, 830 se inscreveram no programa, 630 participaram das sessões e 158 deixaram de fumar, representando 25%.

Um dos maiores impedimentos para que a iniciativa tenha ainda mais casos de sucesso é que muitos inscritos desistem do tratamento, motivados principalmente por fatores emocionais, informa a coordenação do programa. 

Na capital, o programa antitabagismo é dividido em etapas, de acordo com o perfil da cada fumante, que recebe orientação psicológica, avaliação periódica e tratamento para reposição de nicotina, além de medicamentos como Nicotinell, distribuído pelo Sus (Sistema Único de Saúde). O público que mais procura ajuda, em sua maioria, é formado por homens com idade entre 30 e 40 anos. 

Apenas 24,3% dos fumantes que buscam tratamento abandonam vício

Menos fumantes - A pesquisa “Impacto Global das Doenças”, publicada em abril pela conceituada revista médica The Lancet, revela que em 25 anos o percentual de fumantes no país caiu de 29% para 12% entre os homens e de 19% para 8% entre as mulheres.

O índice é um dos mais significativos dos 195 países avaliados entre 1990 e 2015 pelo levantamento, que analisou prevalência de fumantes e as mortes atribuídas a esse hábito. Mas o número de mortes causadas pelo tabagismo aumentou 4,7% em 2015, devido ao aumento da população mundial.

Para se ter uma ideia, em 2015, no último levantamento da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgado pelo Governo Federal, Campo Grande saltou de 8º lugar em 2012 para a 5ª colocação em número de fumantes em 2014. Na época, 12,7% da população assumiu o vício.

"Acredito que devido ao grande apelo das campanhas de conscientização, as pessoas estão preocupadas em parar de fumar. O tabaco é um vício muito arraigado. É preciso ter muita força de vontade e também contar com ajuda de medicamentos, que diminuem o sofrimento do paciente", explica o médico pneumologista Roni Marques.

Entretanto, mesmo com uma expressiva queda no número de fumantes, o país é um dos dez maiores consumidores de tabaco no mundo, com cerca de 20 milhões de consumidores de tabaco, ou seja, cerca de 10% da população nacional, segundo a The Lancet. 

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