Apesar de muito verde, arborização da Capital preocupa especialista
Espécies importadas e comuns na cidade, danificam calçadas e até a estrutura dos imóveis

Que Campo Grande é muito bem arborizada, não há dúvidas. Mas o verde que colore os quatro cantos da cidade também preocupa especialistas. Isso porque, mesmo que 96,6% dos imóveis do município possuam ao menos uma árvore plantada – conforme dados da prefeitura apresentados durante evento na Câmara Municipal da Capital, na tarde desta quinta-feira (26), as espécies comuns na cidade podem não ser as ideais para a área urbana.
“As árvores aqui são exóticas, exportadas, ficam gigantes, quebram cercas e até casas”, pontua o professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Carlos Lochi. Para ele, a quantidade de árvores na cidade parece ser um dado positivo, mas as espécies que encontramos aqui deveriam receber um manejo adequado, o que não acontece.
Lochi é um dos especialistas convidados para participar do I Ciclo de Palestras que discute o Plano Diretor da Capital. O evento tem o tema “Plano Diretor: construção de um pacto social para o futuro de Campo Grande”.
Entre os exemplos mais comuns na cidade, que apresentam características prejudiciais para o meio urbano, o especialista cita as espécies Ficus, Palmeiras e até seringueiras. “A seringueira não pode ser usada na área urbana, fica gigante, quebra tudo”, ressalta.

Na semana passada, o Campo Grande News noticiou a queda de uma árvore da espécie Ficus, na Rua Espirito Santo, Bairro Jardim dos Estados. Mesmo sem chuva forte ou ventania, a queda ocorreu na madrugada do dia 18 de setembro e, por pouco, não deixou veículos destruídos.
Conforme o Plano Diretor de Arborização Urbana da Capital, a Ficus é considerada prejudicial à estrutura viária da cidade. “É uma espécie que deve ser plantada apenas em canteiros centrais amplos e com significativas áreas gramadas/ajardinadas”, destaca o manual.