Bancários analisam oferta de reajuste de 10%, mas ainda pleiteiam benefícios

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ofereceu nova contraproposta na manhã desta sexta-feira (23) ao comando geral de greve dos bancários. Dessa vez, o índice apresentado é de um reajuste de 10%, porém, as demais reivindicações, como fim do cumprimento de metas individuais e assédio moral, ainda não foram discutidas.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, Edivaldo Barros, as negociações prosseguem durante a tarde. "Esse índice repõe apenas as perdas inflacionárias, não dá ganho real, mas terá que passar por uma avaliação da categoria", diz.
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Os bancários, que completam hoje 18 dias em greve, reivindicam aumento de 16% (aumento real de 5,6%), piso salarial R$ 3.299,66 e participação em lucro e resultados de três salários-base, mais parcela adicional fixa de R$ 7.246,82. A categoria também pede vale-refeição e vale-alimentação no valor de R$ 788 e melhores condições de trabalho.
Em Campo Grande e na base que compõe a região, segundo Edivaldo Barros, 100% das 170 unidades estão fechadas. No entanto, a equipe do Campo Grande News constatou a presença de alguns funcionários realizando trabalho interno em algumas agências, ao longo da semana.
Em algumas agências do Banco do Brasil, como nas Moreninhas, na Avenida Coronel Antonino e na Rua 13 de Maio, funcionários terceirizados orientavam o público e reabasteciam os caixas eletrônicos. Na quarta-feira (21), uma funcionária da Caixa Econômica Federal, também na 13 de Maio, atendeu ao telefone, mas não disse se estava realizando algum serviço interno na agência.
Nesta sexta-feira, o Campo Grande News conversou com uma funcionária do Bradesco, localizado na Rua Cândido Mariano, que, sem se identificar, revelou que até a semana havia unidades com alguns funcionários e até gerente, que chegaram a realizar operações específicas, como personalização de limite, para alguns clientes.
Porém, ela disse que essa semana já não há mais qualquer tipo de atendimento. O presidente do Sindicato dos Bancários foi enfático em afirmar que a entidade não controla o trabalho realizado dentro das agências, tanto que não há informação sobre funcionários que estariam furando a greve.
"Algumas unidades podem ter algum gerente geral para passar informações ao banco sobre o movimento ou até mesmo pessoal responsável pelo processamento de envelope, mas não podemos detalhar que tipo de serviço está sendo feito", enfatiza Barros.
Enquanto o impasse permanece, os caixas eletrônicos continuam sendo a principal opção para os clientes, especialmente os comerciantes, que necessitam realizar depósitos e pagar contas diariamente. Dono de uma loja de artigos infantis no Centro de Campo Grande, Armando Ali diz que a maior parte dos pagamentos está realizando via on line, mas como tinha alguns envelopes de depósito guardados, também vem conseguindo utilizar os terminais sem problemas.
Mesmo com a reclamação de que algumas máquinas não estão efetuando depósitos, a comerciante Nanci Franzini também prefere utilizar os terminais eletrônicos para as transações bancárias. "Com o Natal chegando, me preocupo mesmo é com a queda nas vendas porque a população está com dificuldade de sacar dinheiro e realizar algumas movimentações financeiras", diz.