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Capital

Burocracia emperra reconstrução de lojas do Paulistão e Planeta Real

Luciana Brazil | 06/06/2013 10:39
 Planeta Real foi destruído e continua fechada. (Foto:Arquivo/Luciano Muta)
Planeta Real foi destruído e continua fechada. (Foto:Arquivo/Luciano Muta)

Ressurgir das cinzas, literalmente, não tem sido tarefa fácil para os proprietários de duas lojas de utilidades domésticas, em Campo Grande, destruídas recentemente por incêndios de grandes proporções.

Tanto para a loja Paulistão, na avenida Costa e Silva, que pegou fogo em dezembro de 2012, quanto para o Planeta Real, na avenida Afonso Pena, destruída no dia 7 de maio deste ano, a dificuldade não está em reerguer as paredes, mas sim em enfrentar a burocracia.

A lentidão com que a papelada tramita tem emperrado o processo de reconstrução, segundo o dono da loja Planeta Real, Leandro Zaninello. Ele conta que o fato do prédio ser alugado tem dificultado a liberação do seguro da loja e, consequentemente, atrapalhado os planos de reinaugurar o estabelecimento o quanto antes. “Quero me reerguer, mas a burocracia impede”.

Lentidão a parte, o Centro Comercial Afonso Pena, localizado ao lado da loja Planeta Real, que também foi atingido pelo fogo, já foi ativado, depois de ficar interditado por quase um mês. Com 85 lojas, o estabelecimento teve parte da estrutura danificada, teve as despesas arcadas pelo Planeta Real e a reinauguração aconteceu no último sábado (1).

Para os responsáveis pela loja Paulistão, a vagarosidade do sistema não é diferente. Segundo o dono do estabelecimento, Gilberto Lopes Cardoso, 64 anos, foi preciso esperar 60 dias só para iniciar a limpeza da área.

“Quando não era o seguro, era a defesa civil, sempre tinha algo empatando a situação. É complicado, sei que é o trabalho deles, mas ficamos 60 dias sem poder tirar uma palha lá de dentro. E, além de tudo, já estávamos fragilizados com o incêndio, querendo resolver as coisas de uma vez”, lamentou.

Hoje, seis meses depois da tragédia, Gilberto respira satisfeito e afirma que apesar da demora vivenciada, a loja deve reabrir em breve. "Mesmo com a burocracia, nós já conseguimos reerguer as paredes e na semana que vem já devemos começar a pintura da loja. Em breve vamos funcionar".

Em 2007, a filial do Paulistão, que fica na rua Rui Barbosa, também já havia sofrido um incêndio. O empresário chegou a lamentar que “se o raio não cai duas vezes no mesmo lugar, cai na mesma empresa”, lembrando do incidente.

Depois do desastre no final do ano passado, Gilberto falou sobre a contratação do seguro e confirmou que havia renovado a documentação dois meses antes do desastre. O Paulistão existe a 39 anos em Campo Grande.

Homem trabalha em prédio desativado do Paulistão (Foto: Vandereli Aparecido)
Homem trabalha em prédio desativado do Paulistão (Foto: Vandereli Aparecido)

Centro Comercial - Ainda parece cedo para avaliar o movimento, mas os lojistas do Centro Comercial Afonso Pena, reinaugurado no último sábado, já começam a apostar nas vendas. Depois de ficar quase um mês interditado por causa do incêndio que destruiu a loja Planeta Real, o prédio voltou a funcionar com parte da estrutura refeita. Financiada 100% pelo Planeta Real, a obra não se limitou a refazer o estrago, mas aproveitou para incrementar as lojas.

“A minha loja não tinha porta de vidro e eles colocaram. Tudo foi refeito de forma certa. Com os móveis, tudo direitinho”, explicou João Carlos, 52 anos, dona de uma loja de roupas infantis.

Agora, os comerciantes aguardam receber o ressarcimento das mercadorias. “Eu perdi bastante mercadoria. A minha loja foi bastante atingida. Tive muita coisa que ficou molhada, foi pisoteada e estamos esperando o pagamento do prejuízo com o material de venda. Mas a estrutura está toda certa”, conta João.

Sem a loja que atraia centenas de pessoas por dias, a rua parece ter ficado mais vazia, avaliam os lojistas. “Não dá para saber como vai ser daqui pra frente, mas o Planeta atraia muita gente, mas agora parece que nem tem movimento aqui”.

Com pouco mais de sorte, Celina da Rosa, 36 anos, proprietária de uma loja de roupas femininas, não perdeu a mercadoria, mas também não escapou do males do fogo. As roupas ficaram com o cheiro impregnado da fumaça. Além disso, o prejuízo se deu por causa do tempo que ficou parada; quase um mês de interdição.

Por causa da tragédia, o Centro Comercial acabou ficando mais conhecido, garante a comerciante Carla Adriana, 21 anos. “Isso é um lado positivo. Agora todo mundo sabe onde é”. A parede do centro que desabou caiu em cima da loja de celulares de Carla. Ela conta perdeu muita coisa no incêndio.

Porém, aproveitou para recomeçar com chave de ouro. Expandiu a loja e passou a vender outros produtos, como sapatilhas femininas. “Para mim, por enquanto o movimento está normal”.

Paulistão X Planeta Real: De acordo com o laudo da perícia, no Paulistão, uma sobrecarga no fio da geladeira causou o incêndio. A geladeira estava ligada por uma extensão e o fio condutor até a tomada, chamado subdimensionado, é mais fino do que os normais, suportando menor carga. Como a geladeira é um eletrodoméstico que consome muita energia, o fio aqueceu. Muito próximo a materiais inflamáveis, acabou provocando o incêndio.

O laudo diz que a empresa de alarme detectou o incêndio às 7h15 daquela manhã de quinta-feira, no entanto o fogo pode ter começado antes. A geladeira ficava no setor de atendimento ao cliente, próximo aos caixas. O fogo começou nesta seção, que foi a área menos devastada pelas chamas, porque de lá o fogo se alastrou.

O incêndio na loja marcou o fim do ano passado como uma das grandes tragédias da cidade.

Já no Planeta Real, faíscas de solda, que estava sendo feita no telhado, no interior da loja, causaram o incêndio. O fogo começou quando as faíscas caíram em cima de um material inflamável que estava no depósito. Funcionários não conseguiram apagar o fogo, que se alastrou rapidamente.

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