Câmeras ao longo de 15 km mostraram trajeto de assassinos de taxista
Duas mulheres, Rayara Laura da Silva e Stefanie Paula Prado de Oliveira, e um adolescente de 17 anos foram apontados como autores

Câmeras de segurança ao longo dos 15 quilômetros entre o ponto de partida da última corrida do taxista Luciano Barbosa, de 44 anos, até o local em que ele foi assassinato detalharam a polícia o trajeto feito pelos criminosos na noite de sábado, dia 25 de abril, e ajudaram a identificar os três envolvidos.
Duas mulheres – Rayara Laura da Silva, de 19 anos, e Stefanie Paula Prado de Oliveira, de 21 anos – e um adolescente de 17 anos foram apontadas como responsáveis pelo latrocínio. Eles revelaram em depoimento que estavam com dificuldades financeiras e por isso decidiram então sair pela cidade para fazer roubos “aleatórios”.
Por sugestão do irmão do adolescente, que está preso, negociaram a venda de um carro por R$ 12 mil e por isso planejaram o crime. O rapaz e a amiga, Stefanie, resolveram então pedir corrida a partir do Shopping Campo Grande para assaltar o motorista. Como estavam sem o aplicativo para chamar a corrida, a namorada do rapaz, Rayara, fez isso, usando o CPF de uma quarta pessoa, um "ficante" da outra moça.
Segundo o Campo Grande News levantou, com ajuda de imagens cedidas por “empresas e pessoas”, foi possível traçar o caminho feito pelo motorista até o local em que foi assassinado. A corrida começa às 23h40, e termina 15 quilômetros depois, na região do Indubrasil, às 23h58. O carro para por apenas 40 segundos, depois faz uma rotatória e retorna pela via.
Print de uma das câmeras, em frente ao shopping, obtido pelo Campo Grande News mostra quando o casal entra no veículo. A câmera marca, então, 23h42.
Como foi - Para a polícia, o taxista foi morto quando houve a parada breve do veículo.
“Foi muito rápido”, definiu o delegado Pablo Farias, da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos), durante coletiva de imprensa nesta manhã.
O adolescente detalhou em depoimento que pediu para o motorista descer, entrar em um matagal e ajoelhar. A vítima atendeu ao pedido e mesmo assim foi executado com um tiro na cabeça. O assassino voltou para o carro, assumiu a direção e fugiu do local, deixando o corpo de Luciano às margens da BR-262.
Em depoimento, o rapaz relatou ainda que voltou para a cidade e no meio do caminho encontrou uma viatura da Guarda Municipal, com medo de ser seguido, entrou no Bairro Guanandi, andou por várias ruas e abandonou o táxis por lá, todo aberto e com a chave na ignição. O carro de Luciano foi encontrado no domingo, no Bairro Santa Emília, sem as rodas.
Na tarde desta terça-feira, equipes da Defurv receberam denúncias anônimas sobre a localização das rodas. Elas foram abandonadas em um terreno baldio, às margens de uma estrada de chão.
O adolescente foi apreendido pelo crime na noite de ontem. Com passagens por atos infracionais análogos a roubo, maus-tratos a criança, porte ilegal de arma e receptação, ele chegou há passar um tempo na unidade educacional de internação, mas foi liberado em março. Para a polícia, ele contou ainda que comprou a arma do crime no mês passado.